PROFISSIONAIS RECEBERAM FORMAÇÃO PARA DESENVOLVIMENTO DA REDE ESCOLA DE PAIS E ESCUTA ESPECIALIZADA |
Com o tema “Fortalecendo a Rede: Escola de Pais e Escuta Especializada”, a Secretaria Municipal Especial de Infância e Juventude (SMEIJ), em parceria com a Secretaria Municipal de Educação (SME), realizou, nesta quarta-feira, (14/08), no auditório do Paço Municipal, uma formação especial para diretores, coordenadores e supervisores da Rede Municipal de Ensino.
Foram ministradas as palestras sobre a “Escola de Pais”, das 9h às 10h15, com o Juiz da Vara da Infância e Juventude, Dr. Cláudio do Prado Amaral e, na sequência, a palestra com o tema “Escuta Especializada”, proferida pela Dra. Marina Souto Lopes Bezerra de Castro, psicóloga, supervisora do Projeto de Escuta Especializada de Crianças e Adolescentes vítimas ou testemunhas de violência no município de São Carlos. A Escola de Pais é um programa que foi apresentado por meio da palestra do Juiz Cláudio do Prado Amaral para a rede e representantes da Secretaria Municipal de Educação.
O Juiz da Vara da Infância e Juventude, Dr. Cláudio do Prado Amaral, explicou que o Programa Aprendendo a Conviver, que no fundo é uma Escola de Pais, já é realizado na rede estadual de educação de São Carlos e agora a Secretaria Municipal de Educação se interessou pelo programa. “Temos percebido que o programa capacita pais e responsáveis por crianças e adolescentes que estão em situação de risco, para conviverem melhor com os seus filhos. São desenvolvidas atividades, palestras, aulas, e rodas de conversa realizadas sob a regência de um mediador com temas variados da convivência familiar, como aprender ou melhorar o modo de conversar, negociar limites com crianças e adolescentes, pais separados mas unidos em torno dos filhos, como realizar o lazer sem fazer consumo, a importância do ensino formal, conversar com os filhos sobre saúde, ou seja, temas que são desenvolvidos durante oito semanas, sendo um tema por semana, sempre tentando ajudar os pais a viverem melhor com os seus filhos”, destacou.
O Programa Escola de Pais tem o curso direcionado aos pais ou responsáveis que tem como objetivos pensar a convivência no seio familiar; a responsabilidade dos pais como educadores e a formação como educadores de filhos. É um programa que abrange vários tipos de discussão sobre temas atuais: educação moral, cidadania, valores, direitos e deveres tanto do aluno quanto da família e da própria escola. A escuta especializada foi implantada em São Carlos em novembro de 2022. O dispositivo atende a Lei Federal nº 13.431/2017 e consiste em ouvir crianças e adolescentes vítimas e testemunhas de violência sem machucá-las novamente.
Na Escuta, vítima e os familiares, incluindo o abusador, são atendidos por uma equipe formada por assistente social, psicóloga e terapeuta ocupacional. O objetivo dos atendimentos é entender melhor fatores de risco e de proteção para aquela pessoa que foi vítima, de modo a buscar possíveis estratégias para garantir a proteção da criança ou adolescente. Os atendimentos também servem para possíveis orientações e avaliações de rastreio de algumas demandas. Até junho deste ano a Escuta Especializada já atendeu 1.045 familiares e 470 crianças.
Para a Dra. Marina Souto Lopes Bezerra de Castro, psicóloga, supervisora do Projeto de Escuta Especializada de Crianças e Adolescentes, a Escola de Pais é extremamente importante que precisa se construir e se fortalecer permanentemente e o Projeto Escuta Especializada vem para agregar ao sistema de garantia de direitos de crianças e adolescentes. “Nós trabalhamos com crianças vítimas ou testemunhas de violência, mas a rede oferece vários equipamentos que trabalham em paralelo para que a família tenha condições de garantir o bem-estar, o desenvolvimento e a proteção destas crianças. Eventos como este fazem parte de uma formação, capacitação e atualização dos profissionais que ajudam na articulação da rede, mas também trazem atualizações de legislação e novidades em termos de pesquisas científicas. A prevenção da violência precisa também acontecer no âmbito da família que necessita informar as crianças sobre repertórios auto protetivos, e nos âmbitos da rede, da educação, da saúde, do serviço social, para garantir uma ampla prevenção. Assim como a prevenção precisa de articulação de vários equipamentos fluindo, depois de constatada a violência é preciso ter amparo com uma série de ações para cada caso com acompanhamento em diversas áreas como dependência química e suporte para a mulher, que algumas vezes também é vítima de violência doméstica”, finalizou.
(14/08/2024)
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