CENTRO MUNICIPAL DE CULTURA RECEBE A EXPOSIÇÃO CURUMIM GUARÉ
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A Exposição Fotográfica “Curumim Guaré”, uma realização da Prefeitura de São Carlos, por meio da Coordenadoria de Artes e Cultura, em parceria com o Instituto Uk’a, DM Projetos Especiais, INBRAPI - Instituto Indígena para Propriedade Intelectual, Núcleo de Escritores e Artistas Indígenas e Grupo LEETRA (Linguagens, Etnicidades e Estilos em Transição) do Programa de Pós-graduação em Lingüística da UFSCar, ficará até o próximo dia 7 de novembro no Centro Municipal de Cultura Afro-Brasileira Odette dos Santos.

 

A exposição e as atividades (contação de histórias indígenas, visitas guiadas e oficinas) têm como objetivo diminuir a distância que ainda há entre os povos indígenas e a sociedade brasileira.  A exposição mostra como as crianças são tratadas de forma respeitosa fazendo-as crescer equilibradas e capazes de responder de forma criativa aos desafios que a vida nos apresenta cotidianamente.

 

A exposição fotográfica está montada para oferecer um olhar diferenciado sobre o modo indígena de educar suas crianças e manter suas tradições. As imagens principais são de fotógrafos que mantém contato com estas culturas e registraram, sob sua ótica, momentos que consideram importantes para si.

 

Esta atividade é desenvolvida pelo Instituto Uk’a – Casa dos Saberes Ancestrais, uma organização não-governamental sediada em Lorena, cuja principal preocupação é oferecer um olhar diferenciado sobre a cultura, educação e literatura indígena.

 

O universo da criança indígena - Nas sociedades indígenas, as crianças são profundamente respeitadas em suas características básicas. Toda a atenção é para elas. Os indígenas entendem que este momento é fundamental para que a criança receba toda a carga educativa a fim de que cresçam de forma equilibrada e sejam capazes de auxiliar sua comunidade quando adultas. Para eles a formação do ser humano deve obedecer a rituais de que marcam as fases da vida. A estes momentos chamam de rituais de passagem porque marcam a mudança de fase de vida. As crianças são motivadas a brincar o tempo todo. Isso acontece porque eles acreditam que através dos jogos e brincadeiras elas aprendem a conhecer o próprio corpo e a respeitar seus limites físicos, além de conhecer o ambiente onde vivem.

 

São, portanto, educadas com liberdade, mas sempre acompanhadas pelos pais ou adultos que nunca as deixam sozinhas, especialmente se estiverem em alguma atividade onde haja algum perigo natural.

 

Antigamente as crianças indígenas não frequentavam a escola formal. Tudo era aprendido da maneira tradicional quando os adultos as ensinavam tudo o que precisavam aprender para viverem bem. Hoje em dia, na maioria das aldeias indígenas brasileiras, já há a presença da escola formal onde aprendem os conhecimentos próprios da cultura ocidental. Mas não apenas isso. Faz parte da lei brasileira que protege os povos indígenas, a exigência de que as crianças aprendam também os conhecimentos próprios de sua cultura. Assim, são alfabetizadas na sua própria língua (o português é ensinado como segunda língua); podem aprender a matemática que usam no cotidiano (contar os dias, as distâncias entre as árvores, a força que aplicam no momento de atirar com arco e flecha, etc.); podem ouvir, na escola, as histórias contadas pelos avôs, entre outras coisas. Dessa maneira, as crianças não perdem o conhecimento acumulado ao longo de sua história e ainda aprendem os conhecimentos da cidade.

 

O mesmo se pode dizer dos jovens que agora estão motivados a aprender a usar as tecnologias da cidade grande. Muitos já navegam pela internet, fazem filmes para o cinema, criam sites, escrevem livros, vão para as universidades.

 

O Centro Municipal de Cultura Afro-Brasileira Odette dos Santos está localizado na rua Dona Alexandrina, 844, no centro. O horário de visitação é de segunda a sexta-feira das 14h às 21h. As escolas de educação infantil e ensino fundamental poderão agendar a visita pelos telefones 3373-2708 ou 3372-3222. A entrada é gratuita.


(10/10/2012)



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