SÃO CARLOS É DESTAQUE EM SEGURANÇA ALIMENTAR E NUTRICIONAL PDF Imprimir E-mail
6-Seguranca-alimentar-Conferencia-Regional-siteConferência Regional de Segurança Alimentar: programa de São Carlos é considerado exemplar

Projetos que visam garantir uma alimentação saudável e de qualidade à população levam São Carlos a ser considerada uma cidade referência em segurança alimentar, de acordo com o prefeito Oswaldo Barba, na abertura da 4ª Conferência Regional de Segurança Alimentar e Nutricional, realizada na última quinta-feira (14), no auditório do Paço Municipal.

Ele esteve acompanhado da primeira-dama e presidente do Fundo Social de Solidariedade, Cidinha Duarte, da secretária municipal de Agricultura e Abastecimento, Regina Bortolotti e da secretária do Conselho Estadual de Segurança Alimentar e Nutricional (CONSEA-SP), Elaine Bastos. Também compuseram a mesa, a assistente da Diretoria de Ensino, Rita de Cássia Oliveira, representando a dirigente de Ensino, Débora Gonzalez Costa Blanco, o presidente do Sindicato dos Trabalhadores Rurais de São Carlos, Maurício Barreto e representantes da Unesp de Araraquara.

O evento foi fruto de uma parceria entre a Prefeitura, por meio da Secretaria de Agricultura e Abastecimento, o CONSEA e o Governo do Estado de São Paulo.

Também compareceram representantes dos municípios de Motuca, Pirassununga, Tambaú, Corumbataí, Araraquara, Descalvado, Porto Ferreira, Ribeirão Bonito e Santa Lúcia. A nutricionista e docente do curso de Nutrição e Medicina da Uniara, Rita de Cássia Garcia Pereira, foi a palestrante principal da conferência.

Sediada em São Carlos por meio de escolha democrática entre as representações dos municípios da região central, a Conferência Regional representou a oportunidade para discutir diretrizes para a aplicação da segurança alimentar nessas cidades, expandindo para o Estado e para o País como um todo. O evento estadual acontecerá, ainda este ano, em São Paulo, e o nacional, em Salvador.

Em São Carlos já está sendo cumprida a determinação de que pelo menos 30% dos produtos hortifrutigranjeiros utilizados na merenda sejam adquiridos da agricultura familiar, o que gera emprego e renda, de acordo com o prefeito Barba. A tabela de preços utilizada para o pagamento dos produtos entregues pelos pequenos agricultores é a da Ceasa-Campinas, que tem uma cotação diária.

Segundo Barba, a cidade possui 206 agricultores cadastrados e esses produtos abastecem o Banco de Alimentos da Prefeitura. Atualmente, são adquiridas 73 toneladas de hortifrutigranjeiros por mês, o que representa um investimento de R$ 205 mil. Esses produtos são estocados no Banco de Alimentos e depois encaminhados para a cozinha industrial, que abastece as duas unidades do Restaurante Popular, para a merenda escolar (hoje a Prefeitura abastece 118 unidades escolares entre escolas municipais e estaduais e conveniadas, o que representa uma demanda de 60 mil refeições/dia) e para a cozinha comunitária de Santa Eudóxia.

Em São Carlos, o Restaurante Popular da Vila Irene serve, todos os dias no almoço, aproximadamente 250 refeições, e na unidade do Restaurante Popular, localizado no bairro Cidade Aracy, por volta de 300 refeições/dia no jantar.

“São Carlos garante a segurança alimentar por meio das políticas públicas que buscamos colocar em prática. Isso é sinônimo de cidadania e hoje notamos as mudanças no perfil social da cidade,” comentou o prefeito.

Ascensão econômica
Durante a Conferência, o prefeito Barba comentou, orgulhoso, a informação dada por uma revista local de que as classes sociais A, B e C ascenderam economicamente, bem como, as D e E, cuja quantidade em população foi reduzida. Outro dado relevante é de que o consumo per capita da cidade aumentou cerca de 340%, e que as classes A e B possuem renda mensal variável de R$ 2,7 a R$ 13 mil. “Estamos vivendo um momento privilegiado em que a pirâmide econômica e social da população da cidade está se invertendo (...) a classe E teve uma redução de mais de 95%. Entre outros motivos, isso é também graças às políticas públicas e projetos existentes na cidade”, ressaltou. E afirmou que a segurança alimentar é um dos focos da administração atual.

A Prefeitura também fornece para 24 entidades assistenciais que beneficiam parte da população da cidade até 500 quilos de hortifrutigranjeiros por semana, produtos também oriundos do Banco de Alimentos local. Outros beneficiados são aproximadamente os mil trabalhadores rurais, que recebem, diariamente, um café da manhã composto de café com leite, pão, presunto, mussarela, bolo e suco natural de fruta. O programa é uma parceria entre a Prefeitura e o Ministério de Desenvolvimento Social e Combate à Fome.

Inovação
Incrementando ainda mais o setor, no final de junho, a Prefeitura inaugurou uma unidade de processamento de alimentos na Secretaria de Agricultura e Abastecimento, que além de preservar a qualidade dos produtos, facilita o trabalho das merendeiras e cozinheiras que produzem as refeições. A unidade foi adquirida com verba própria (R$ 100 mil) e ajuda do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (INCRA), que repassou R$ 200 mil, e R$ 34 mil do Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome. Além de reformada e ampliada, hoje a unidade possui máquinas, como uma cortadora de folhas, máquinas que processam diversos vegetais e frutas, que embalam os alimentos a vácuo, câmaras frias, entre outros.

Para a secretária de Agricultura, a cidade e o país de modo geral vivem um momento privilegiado no que diz respeito ao acesso a alimentos, aliando seu argumento ao cumprimento de programas e projetos de âmbito nacional, como o Fome Zero.

Mais auxílio à agricultura familiar
Uma das sugestões dadas pelos representantes dos municípios durante a Conferência é de que o Governo do Estado ofereça mais subsídios para os pequenos agricultores, inclusive para que estes possam produzir e fornecer mais alimentos orgânicos.

Na opinião do grupo, quanto maior o auxílio à agricultura familiar, melhores serão os produtos obtidos, e, consequentemente, uma refeição de qualidade garantida no final do processo. 

De acordo com Regina Bortolotti, uma criança bem alimentada nutricionalmente tem mais condições de se desenvolver e ter uma boa aprendizagem e rendimento escolar. Os 18 cardápios direcionados para a merenda da cidade são elaborados por nutricionistas, respeitando hábitos e a cultura alimentar dos alunos por faixa etária, seguindo referências nutricionais.

Em março deste ano foi incluído ainda um leite especial na merenda das escolas municipais, para bebês de até 12 meses e crianças que apresentem intolerância à lactose. São entregues fórmulas infantis produzidas com 100% de proteína de soja, o que resultou em um investimento de R$ 82 mil. No total, 308 crianças estão sendo beneficiadas. Outro diferencial foi a inclusão de peixe no cardápio da merenda, atendendo à determinação do Ministério da Pesca, que estabelece que até 2012 os municípios incluam algum tipo de pescado na alimentação escolar.

Projetos como esses permitiram que, em 2009, a Prefeitura recebesse o Prêmio Gestor Eficiente da Merenda Escolar na categoria Desenvolvimento Local, que avalia as boas gestões públicas municipais. O destaque foi para municípios que realizam gestões criativas e responsáveis no setor, como a garantia de que os recursos públicos sejam gastos efetivamente com merenda de qualidade.


(15/07/2011)

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