MERCADO DE CONSTRUÇÃO CIVIL ESTÁ AQUECIDO EM SÃO CARLOS
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Com a economia do Brasil em crescimento e com os incentivos do Governo Federal para a aquisição da casa própria através de Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), a cadeia da construção civil vive um de seus melhores momentos na história do país. Os subsídios concedidos pelo “Programa Minha Casa, Minha Vida” ampliaram a demanda por casas populares, gerando forte aumento no número de vagas para trabalhadores da construção. Essa demanda, porém, também carrega complicadores: falta de materiais básicos e falta de pessoal especializado. Em São Carlos, o setor já começa a sentir os efeitos desse boom imobiliário.

Para se ter uma ideia desse aquecimento, basta analisar os números. Nos dois primeiros anos de governo do prefeito Oswaldo Barba (2009-2010), 4.120 casas foram construídas na cidade por meio dos programas habitacionais do Governo Federal. E para o 1º trimestre de 2011, a previsão é de entrega de mais 1.135 moradias.

Para o Departamento de Engenharia da Construtora RPS, os programas governamentais e o crédito fácil oferecido por bancos públicos e privados são os principais impulsionadores do bom momento do setor. O lançamento simultâneo de empreendimentos imobiliários na cidade contribuiu para a falta de mão-de-obra qualificada não só em São Carlos como em toda a região. Hoje, faltam pedreiros, serventes e engenheiros. Até mesmo os serviços terceirizados estão escassos, pois quem oferece um trabalho de qualidade já está contratado.

“Os programas de moradias populares ajudaram no crescimento dessas vagas, pois é necessário terminar os empreendimentos e vender”, destaca Emerson Domingues, secretário de Trabalho, Emprego e Renda da prefeitura de São Carlos.

Na mesma linha, seguem as construtoras. “Hoje, a demanda é alta, existe o programa do Governo Federal e o crédito fácil, deixando escassa a mão-de-obra. Está difícil contratar profissionais”, relata o engenheiro civil Bruno Franceschi, diretor da Fortefix Construtora e Incorporadora.

A expansão do setor pode ser comprovada no dado apresentado por Franceschi. Segundo ele, a Fortefix cresceu 400% somente no último ano e a tendência é aumentar ainda mais o número de casas construídas. “O crescimento é significativo. Porém, foi necessário frear o lançamento de novos empreendimentos para não desorganizar nossa administração e não perder a qualidade nas obras”, ressalta o engenheiro.

Outro fator relacionado à falta de trabalhadores no setor é a migração temporária de operários vindos das regiões Norte, Nordeste e Centro-Oeste. Segundo Franceschi, há uma tendência de retorno à terra natal no final do ano, que se estende por dois ou três meses até a volta para as cidades do interior paulista.      

Na área de vendas de imóveis, São Carlos oferece mais de 50 vagas para corretores. No serviço braçal da construção, o cargo de servente de obras é o mais carente, com 65 vagas em aberto, seguido pelo de pedreiro, com 37 vagas. Também há vagas abertas para eletricista, carpinteiro, encarregado de obras, colocador de pisos e outros cargos.

Além da mão-de-obra, os materiais também estão em falta. Para a RPS, adquirir aço pronto, materiais de hidráulica, tijolos e cimento de qualidade a preço acessível é necessário esperar um certo tempo. Essa é a mesma dificuldade de Franceschi. “Até materiais básicos chegam a faltar, como blocos, cimento e ferro”, relata o empresário.

O Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) apontou em São Carlos crescimento na geração de empregos no setor da Construção Civil de 2,73% apenas neste ano e de 10,43% nos últimos 12 meses.Em 2009 e 2010, a Prefeitura de São Carlos, através da Prohab e secretaria de Infância e Juventude, formou duas turmas de pedreiros e serventes (com cerca de 30 profissionais). Está prevista para os meses de abril e maio próximos, via secretaria de Emprego e Renda (divisão de Economia Solidária) e Fundação Educacional São Carlos (FESC), a abertura de cinco cursos na área de construção civil voltados para mulheres. Serão oferecidas 150 vagas e já há 95 inscritas.

(21/03/2011)


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