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Setor movimenta mais de R$ 3 milhões.




EMPREENDIMENTOS GERAM MAIS DE 600 EMPREGOS E ELEVAM A RENDA MENSAL DAS FAMÍLIAS

Com a proposta de criar uma rede de proteção social para os trabalhadores em situação de desemprego estrutural, a Prefeitura desenvolve um minucioso programa de formação de cooperativas que movimenta cerca de R$ 3 milhões por ano, gerando mais de 600 empregos. Ao assumir a administração municipal em janeiro de 2001, o prefeito Newton Lima constatou a existência de apenas três empreendimentos solidários, desenvolvidos por iniciativa da Universidade Federal de São Carlos (UFSCar).

Com a instalação do Departamento de Fomento à Economia Solidária, subordinado à Secretaria Municipal de Desenvolvimento Sustentável, Ciência e Tecnologia, foram implantados 17 novos negócios, fortalecendo assim a política de combate à fome, de segurança alimentar, complemento nutricional e inclusão econômica. “Além de criar um mercado formal de trabalho, esse projeto possibilita uma justa distribuição das riquezas geradas, contribuindo para a redução das desigualdades sociais e da degradação ambiental”, analisa o secretário municipal da pasta, Adilson Cruz.

De acordo com um diagnóstico elaborado pela Prefeitura, que pesquisou o perfil econômico e social de 18 das 20 cooperativas, 69% dos associados são mulheres, 46% estão acima dos 40 anos de idade e 57% se declararam negros ou pardos. Do total de 379 questionários respondidos, 38% recebem até 0,5 salário mínimo (R$ 207,50), 31% de 0,5 a 1 (R$ 415,00), 17% de 1 a 1,5 (R$ 622,50), 8% de 1,5 a 2 (R$ 830,00) e 6% acima de 2 salários.

Quanto ao estado civil, 35% são casados, 27% solteiros, 23% vivem uma união estável, 6% divorciados, 5% separados e 4% viúvos. “Para formatar essa pesquisa nós definimos indicadores qualitativos que contemplam os diferentes estágios de desenvolvimento e consolidação dos empreendimentos”, detalha o diretor do Departamento de Economia Solidária, Reynaldo Sorbille. “Esse relatório contribui para o desenvolvimento de novas ações e estratégias, que servirão para o aumento qualificado dos trabalhos realizados”, complementa.

Segmentos variados
As cooperativas atuam em variados segmentos de mercado, entre eles coleta seletiva, culinária, segurança patrimonial, limpeza, artesanato, vestuário, tecelagem e outros. Iniciada num projeto solidário da UFSCar, a Cooperlimp é o empreendimento com maior número de funcionários, totalizando 140, sendo a Prefeitura seu principal cliente. Esses cooperados, que trabalham na limpeza dos próprios públicos, contam com diversos benefícios, tais como cesta básica, transporte, alimentação, uniformes, abono de Natal, INSS e Fundo de Seguridade Social.

Outro expressivo exemplo de sucesso é a Coopvip, que trabalha no setor de proteção à vida e do patrimônio. O trabalho foi iniciado em 2005, reunindo 50 cooperados e 32 empregados. Do total faturado, 80% são deslocados para o salário, 6% destinados aos tributos e 14% para aquisição de viaturas, motos, computadores e contratação de escritórios de advocacia. “O modelo do cooperativismo transpassa a dimensão econômica e contribui para uma nova visão de mundo”, explica Sorbille.

A união faz a força
Em maio desse ano foi inaugurado o Centro Público de Economia Solidária de São Carlos “Herbert de Souza – Betinho” (rua José Bonifácio, 885, centro). Em uma área de 500 m², esse novo complexo abriga todos os empreendimentos solidários com a finalidade de facilitar o deslocamento da população e padronizar o fluxo de comunicação dos diversos programas, projetos, treinamentos e cursos do setor.

O governo federal investiu R$ 100 mil na aquisição de maquinários, equipamentos e mobiliário, e a Prefeitura investiu mais R$ 34 mil para a reforma do prédio e obras de infra-estrutura. São Carlos foi um dos 23 municípios contemplados pelo Ministério do Trabalho, cujo processo de concorrência descreveu todas as ações promovidas nas atuais cooperativas.

A Economia Solidária é fruto da organização de trabalhadores na construção de novas relações através de iniciativas coletivas de auto-emprego, propiciando assim a sobrevivência e a melhoria da qualidade de vida das pessoas. Todo planejamento estratégico está associado ao consumo, comercialização, produção e serviços, prevalecendo uma participação comunitária, a autogestão, a democracia, o igualitarismo, a cooperação, o intercâmbio, a sustentabilidade, a preservação dos recursos naturais e a promoção do desenvolvimento humano. “O caminho de políticas públicas estimula as redes de produção, os canais de distribuição e a expansão do consumo e do crédito”, destaca Cruz.

(29/08/08)
 
 

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