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SIBI inicia cadastramento de deficientes visuais.



LEVANTAMENTO BUSCA CONHECER OS FUTUROS USUÁRIOS DO ESPAÇO BRAILE

A partir do dia 5 de maio, o Sistema Integrado de Bibliotecas do Município de São Carlos (SIBI) irá iniciar o cadastramento dos deficientes visuais da cidade. A idéia é conhecer o público que poderá freqüentar o Espaço Braile, que está sendo construído pela Prefeitura e promete proporcionar informação e convivência adequada a essa parcela da população. “Nós precisamos saber quantos são, a idade e a escolaridade, pois não há informações sobre os deficientes visuais”, explica a diretora do SIBI, Lourdes Moraes, que coordenará o Espaço Braile.

O cadastramento será realizado até o final de junho na Biblioteca Pública Municipal “Amadeu Amaral”, de segunda a sexta, das 8h às 12h e das 14h às 18h. A pessoa interessada em se cadastrar deverá preencher uma ficha com informações como nome completo, idade, grau de deficiência, necessidade de transporte para locomoção. “O ideal é que ele venha pessoalmente fazer o cadastro para que possamos conversar e ter mais informações de sua vida e rotina”, recomenda Lourdes.

O Espaço Braile, que fica na rua Conde do Pinhal, 2.041 (onde funcionava o Instituto Adolfo Lutz), deve ser inaugurado em agosto e pretende trabalhar com três elementos que são essenciais para os deficientes visuais: acesso à informação, mobilidade e profissionalização. “Ele será uma biblioteca convencional, mas também terá um infocentro e cursos de braile para quem estiver interessado em aprender”, detalha a diretora do SIBI.

O local irá contar ainda com um conjunto de tecnologias de comunicação e informação que auxilia o deficiente visual, como o programa de computador Virtual Vision, capaz de transformar textos escritos em textos sonoros, além de permitir a navegação na internet. O SIBI possui também um acervo de 1.400 livros em braile e impressora que imprime neste tipo de linguagem. “O Espaço Braile não tem vinculação com o ensino formal, não vamos alfabetizar nenhuma criança ou adulto, é para o cidadão ter um espaço de convivência”, explica Lourdes.

Orientação e Mobilidade
O SIBI começou no início do ano na Biblioteca “Amadeu Amaral” um serviço que também será prestado no Espaço Braile: orientação e mobilidade. Uma professora está realizando um curso que ensina os deficientes visuais a utilizarem a bengala e se locomoverem sozinhos pela cidade. Segundo a técnica em Orientação e Mobilidade, Sandra Regina da Conceição, a duração do curso depende da necessidade da pessoa, mas em média dura um ano para quem tem a perda total da visão e seis meses para os que possuem alguma visibilidade.

“Trabalhamos com a autoconfiança do deficiente visual para que ele possa sair de casa e percorrer locais sem a necessidade da ajuda de outras pessoas. Primeiro os ensinamos a andar pelo bairro onde moram e depois aumentamos a distância para lugares que geralmente eles visitam”, explica Sandra.

São 11 deficientes visuais que realizam o curso, entre eles Juliana Martins, de 26 anos, que mora no Jardim Primavera. “A Juliana já está fazendo o trabalho no centro da cidade, a idéia é que ela caminhe sozinha no Mercado Municipal porque ela freqüenta muito a loja de discos e a lotérica onde paga suas contas. É importante ela estabelecer um caminho seguro”, afirma a técnica em Orientação e Mobilidade.

A possibilidade de independência para se locomover é o que mais animou Juliana a realizar o curso. As aulas estão sendo no centro e ela vai de ônibus até o local encontrar com a professora juntamente com a amiga Regiane Saladino, que também é deficiente visual, mas já domina o uso da bengala. “Você adquire um pouco mais de liberdade, anda sozinho sem precisar de ninguém, e a Sandra ensina muito bem, com muita segurança. A gente pega amor à bengala. Já dá para se socializar com as pessoas mesmo sendo deficiente visual e mesmo andando sozinha e sem nenhuma limitação”, conclui Juliana.

Informações sobre o cadastramento e o curso de orientação e mobilidade podem ser obtidas pelo telefone 3374-4144. A Biblioteca Pública “Amadeu Amaral” fica na Rua Treze de Maio, 2.000, no centro.

(25/04/08)
 
 

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