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Pneus velhos são retirados de vias públicas e borracharias.





INICIATIVA QUER EVITAR DEGRADAÇÕES AMBIENTAIS E IMPEDIR O APARECIMENTO DE CRIADOUROS

A prevenção e o combate à dengue ganharam um reforço importante nos últimos meses. Além do Mutirão Cidade Limpa, realizado de agosto a março de cada ano, uma ação conjunta entre as secretarias municipais de Saúde, de Desenvolvimento Sustentável, Ciência e Tecnologia e de Obras e Serviços Públicos possibilita a retirada permanente de pneus descartados por borracharias ou depositados em terrenos ou vias públicas da cidade.

A Secretaria de Desenvolvimento Sustentável, através do Departamento de Política Ambiental, mantém um cadastro de borracharias para o programa de coleta e reciclagem de pneus inservíveis, que incentiva borracheiros que possuem pequenos estabelecimentos comerciais à disposição correta de pneus usados. Uma equipe da própria secretaria percorre semanalmente 60 estabelecimentos, que efetuam o descarte de 30 a 50 pneus por mês.

Já as cinco empresas de maior porte se responsabilizam pela destinação correta da sua produção, levando os pneus, que antes eram depositados no aterro sanitário municipal, a um depósito, o PEPI – Ponto de Entrega de Pneus Inservíveis, localizado ao lado da rodovia Washington Luís, próximo à Polícia Rodoviária, que depois de recolhidos são armazenados em local coberto e retirados, sem nenhum ônus aos cofres públicos, em carretas cobertas, depois e destinados para outros municípios. Alguns destes pneus que não podem ser recuperados são utilizados para queima, gerando combustível para caldeiras de fábricas de cimento, com controle de emissão de poluentes atmosféricos.

Antes do programa, muitos borracheiros jogavam os pneus inutilizados em locais inadequados, o que se tornou um grande problema para a Prefeitura no combate à dengue e ao manejo adequado do meio ambiente. Já a Vigilância Epidemiológica (VIGEP) também conta com o trabalho dos agentes de controle de endemias, que além de orientar a população na prevenção da doença e visitar domicílios e terrenos têm o apoio de outras secretarias para a retirada de objetos e utensílios que podem servir de criadouros do mosquito Aedes aegypit.

A VIGEP tem uma equipe específica para recolher os pneus das vias identificados no rastreio durante o mutirão ou por sugestões da própria comunidade, que liga para a instituição e indica as áreas ou bairros onde estão os pneus.

Melhor aproveitamento
Os pneus têm destinos diversos: a empresa Ecobalbo, de Cravinhos, recolhe 3,5 toneladas de pneus toda semana. Após a coleta, a empresa tritura a borracha e vende o material granulado para a fabricação de solas de sapatos e tapetes automotivos. Como em sua composição existem fragmentos metálicos, a empresa responde ainda pela comercialização desse material em depósitos de sucata.

A Prefeitura conta também com os serviços da ANIP – Associação Nacional da Indústria de Pneumáticos, representada pelos maiores fabricantes de pneus do mercado, que, buscando respeitar a resolução 258/99 do Conama, fornecem a logística gratuitamente a fornos de cimento, para utilização como fonte de combustível alternativo, visto que os pneus possuem alto poder calorífico, reduzindo dessa forma os impactos ambientais e sanitários.

Devido a estas novas alternativas para a destinação, consideradas mais adequadas ambiental e sanitariamente, a Prefeitura suspendeu a autorização aos estabelecimentos do setor de encaminhar os pneus inservíveis ao aterro sanitário. “São Carlos teria um gasto excessivo se bancasse todo o processo pelo qual o pneu passa na empresa de Cravinhos, então acreditamos que adotando essa medida estamos diminuindo um problema grave, que é a falta de locais adequados para a disposição de pneus usados. Estes causam grandes problemas ao meio ambiente, além de muitas vezes servirem de criadouros do mosquito da dengue”, observa o secretário de Desenvolvimento Sustentável, Ciência e Tecnologia, Emerson Leal.

Para se ter idéia do enorme transtorno ambiental que o produto traz, 30 toneladas de pneu equivalem à produção de 165 toneladas de lixo. Proporcionalmente, uma tonelada de pneu é igual a aproximadamente 5 toneladas de lixo. “O pneu tem em sua composição materiais tóxicos e metais pesados, que podem contaminar o solo e os lençóis freáticos”, explica Paulo Mancini.

O assessor técnico da secretaria, Tiago Muller Cotrim, informa que a secretaria também disponibiliza pneus descartados para tapeceiros e sapateiros, que utilizam parte da borracha na fabricação de solas e correias para sofás. “É uma solicitação pequena desses grupos, mas que também ajuda na destinação correta dos pneus. O município coletou entre junho de 2007 e abril deste ano cerca de 100 toneladas de pneus inservíveis, dos quais 75 toneladas já foram recicladas, o que corresponde respectivamente a 20.000 unidades coletadas e 15.000 unidades recicladas”, diz.

Para o secretário municipal de Saúde, Arthur Pereira, o programa associa aspectos importantes pois “inibe a proliferação do mosquito da dengue e preserva o meio ambiente, por isso essa ação conjunta de retirada dos pneus associada ao trabalho dos agentes de combate de endemias, agentes comunitários de saúde e a participação da comunidade são fundamentais para mantermos nossa cidade sem transmissão de dengue”.

Determinação do Conama
Considerando os graves impactos negativos que o descarte incorreto de pneus usados causa ao meio ambiente e à saúde humana, o Conama (Conselho Nacional do Meio Ambiente) veio estabelecer, por meio de uma resolução de 1999, regras para o gerenciamento ambientalmente correto dos resíduos gerados após o consumo desses produtos. As disposições contidas na referida resolução se aplicam tanto aos pneus novos, assim como aos pneus remoldados. Ainda de acordo com a determinação, os pneus utilizados devem retornar ao fabricante ou importador para que façam seu tratamento e disposição ambientalmente correta.

Apesar de os fabricantes ficarem obrigados a cuidar do ciclo total de seus produtos, instituindo a responsabilidade “pós-consumo” dos agentes envolvidos com sua produção, importação e comercialização, os borracheiros não dispõem de recursos suficientes para o envio dos pneus usados às fábricas. “Para esse pequeno empresário pedimos que entre em contato com a Secretaria de Desenvolvimento Sustentável, Ciência e Tecnologia. Caso ele se encaixe nas regras impostas pelo programa, nós podemos recolher o pneu usado que fica disposto nas borracharias”, frisa Mancini.

Os telefones da Secretaria de Desenvolvimento Sustentável são 3371-7238 ou 3371-7239 para os borracheiros interessados em participar do programa. A secretaria fica na rua General Osório, 1.138, centro. Já para a população que puder colaborar com a Prefeitura apontando áreas onde tenham objetos ou utensílios que possam servir de criadouros do mosquito da dengue o telefone da Vigilância Epidemiológica é o 3307-7405.

(11/04/08)
 
 

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