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Em comemoração ao mês da Consciência Negra e ao aniversário de 150 anos de São Carlos, a Prefeitura e o Movimento Hip Hop realizaram o 1º Sanca Hip-Hop, que reuniu o melhor dessa cultura em doze horas de festa no Complexo Esportivo do bairro Santa Felícia. O prefeito Newton Lima participou do evento e recebeu o apoio dos rappers na luta contra a instalação de uma unidade da Fundação Casa (ex-febem) no município.







FESTIVAL REUNIU O MELHOR DA CULTURA HIP-HOP DE SÃO CARLOS

No domingo, dia 25, em comemoração ao mês da Consciência Negra e ao aniversário de 150 anos de São Carlos, aconteceu o 1º Sanca Hip-Hop, que reuniu o melhor dessa cultura no Complexo Esportivo da Santa Felícia. O evento foi realizado pela Prefeitura, por meio do Departamento de Artes e Cultura, e pelo Movimento Hip-Hop da cidade, com o apoio cultural do 1º Contato, Rádio UFSCar e Associação dos Skatistas, Patins e Bikers de São Carlos (ASPB).

A festa durou mais de 12 horas e marcou as ações desenvolvidas na área de Hip-Hop, com a participação de todos os elementos – dança, DJ, rap, grafite e conhecimento. Os BBoys e BGirls de toda a região se apresentaram durante a 1ª Batalha Sanca Break. Houve também a apresentação de grafiteiros e alunos das oficinas do Centro Municipal de Cultura Afro-Brasileira “Odette dos Santos” e do Centro Comunitário do Pacaembu, além dos grupos de rap de toda a cidade.

Além da Batalha de Break e das oficinas, todos puderam ver de perto a elaboração de grafite e a apresentação dos grupos são-carlenses Resgate Social, Poetas Anônimos, Ato Criminoso, Ideologia Cristã e Zero 16. Para encerrar a festa, se apresentou um ícone do Hip-Hop brasileiro, o rapper GOG, de Brasília, considerado um dos grandes nomes da Cultura Hip Hop Nacional.

GOG foi escolhido pelos representantes do Hip-Hop de São Carlos devido à sua seriedade e compromisso com o movimento, o que faz o artista ter uma legião de fãs e seguidores espalhados por todo o mundo. Segundo a diretora do Departamento de Artes e Cultura, Telma Olivieri, o evento foi um sucesso devido à participação efetiva de membros do Movimento Hip-Hop e dos demais parceiros. “Desde o início, o coletivo do Hip-Hop de São Carlos esteve envolvido na organização do evento. Todas as decisões foram tomadas conjuntamente e isso contribuiu para o sucesso do 1º Sanca Hip-Hop”, ressaltou.

Apoio ao NAI
GOG enalteceu o trabalho do movimento Hip-Hop de São Carlos, no entanto alertou que o maior desafio do movimento é manter-se unido. “Tem muita gente se aproximando hoje, que batia antes. A mão que machucava, hoje quer dar carinho”, destacou. O rapper fez questão de falar que não é ligado à política. “O Hip-Hop não tem nada a ver com política partidária, é um movimento social”, explicou.

GOG lamentou, no entanto, a tentativa de instalação de uma unidade da Febem, atual Fundação Casa, na cidade. “A gente tem que pedir mais escolas, mais computador nas quebradas, mais apoio para a juventude. A gente tem que pedir que o ECA seja cumprido. Ninguém está pedindo para passar a mão na cabeça dos nossos moleques que estão andando errado, mas sem justiça, sem seriedade, só vai multiplicar o problema”, argumentou.

O prefeito Newton Lima, que falou logo após o rapper, lembrou que é preciso união da cidade na luta contra a instalação da Febem. “Essa luta vai precisar de vocês, de todo o movimento Hip-Hop e da juventude de São Carlos”, observou. “Nós nos orgulhamos dos nossos 150 anos, São Carlos tem, dentro do Estatuto da Criança e do Adolescente, o único modelo que recupera jovens em conflito com a lei no Brasil, que é o NAI, e o governo paulista está querendo introduzir o modelo falido, fracassado, o modelo da porrada, que é a Febem”, frisou.

Newton Lima destacou ainda que os resultados positivos do NAI vêm do tratamento diferenciado do programa, que cuida dos menores em conflito com a lei com carinho e respeito. O prefeito agradeceu ao movimento Hip-Hop de São Carlos pela organização do evento, disse que a Prefeitura apoiou e patrocinou, mas que a programação foi sugerida pelo movimento. Ele ressaltou ainda o caráter social e político do movimento. “Vocês discutem a consciência política da nossa juventude e dos nossos negros, além de fazerem música e dança de qualidade”, finalizou.

(26/11/07)