» SAÚDE TREINA PROFISSIONAIS PARA ERRADICAR SÍFILIS CONGÊNITA PDF Imprimir E-mail



Vinte e cinco enfermeiros que fazem o trabalho de acolhimento e supervisão de atendimento nas unidades de saúde do município iniciaram nesta semana um treinamento para a identificação e erradicação da sífilis congênita em gestantes de São Carlos.

O objetivo do trabalho, que está sendo coordenado pela Secretaria Municipal de Saúde, através do Departamento de Atenção Básica, da Divisão de Vigilância Epidemiológica, Grupo Técnico de Atenção à Saúde da Mulher e do Programa Municipal de DST/Aids, é fazer o acompanhamento das gestantes durante as consultas do pré-natal, garantindo a 100% delas a realização de pelo menos dois exames para identificação de sífilis, durante a gravidez, e um no momento do parto.

A incidência de abortos espontâneos, natimortos e morte do bebê logo após o nascimento é de aproximadamente 40% em mães com a doença não tratada. Se for identificada a sífilis na gestante, a unidade de saúde de referência da paciente iniciará o tratamento dela e de seu parceiro gratuitamente, com o uso de antibióticos para a eliminação da doença.

São Carlos também quer cumprir uma meta estipulada pela Secretaria Estadual de Saúde: eliminar a sífilis congênita como problema de saúde pública até um caso para cada mil nascidos vivos através do diagnóstico precoce e da assistência adequada à gestante e seu parceiro sexual até 2012. Entre os desafios estão aumentar a cobertura do pré-natal com ações integradas, ampliar o diagnóstico laboratorial da sífilis e o tratamento durante o pré-natal e no parto. Foram feitas neste ano em São Carlos, até o mês de outubro, 5 notificações de sífilis congênita.

Saiba mais sobre a doença
A sífilis congênita é o resultado da disseminação hematogênica do Treponema pallidum da gestante infectada não tratada ou inadequadamente tratada para o seu bebê, por via transplacentária. Desde 1986 é uma doença de notificação compulsória em todo o território nacional. A transmissão vertical do T. pallidum pode ocorrer em qualquer fase gestacional ou estágio clínico da doença materna.

A taxa de infecção da transmissão vertical do T. pallidum em mulheres não tratadas é de 70 a 100% nas fases primária e secundária da doença, reduzindo-se para aproximadamente 30% nas fases tardias da infecção materna (latente tardia e terciária). Há possibilidade de transmissão direta do T. pallidum por meio do contato da criança pelo canal de parto, se houver lesões genitais maternas. Durante o aleitamento, a transmissão ocorrerá apenas se houver lesão mamária por sífilis.

A sífilis é uma doença sexualmente transmissível causada pela bactéria Treponema pallidum transmitida de pessoa para pessoa através do contato direto com a ferida provocada pela doença. As feridas costumam geralmente ocorrer nos genitais externos, vagina, ânus ou reto. Elas também podem aparecer nos lábios e boca. A transmissão do organismo acontece durante o sexo vaginal, anal ou oral. Muitas pessoas infectadas com sífilis não apresentam sintomas por anos, mas ainda assim estão sob o risco de complicações posteriores se não forem tratadas. Embora pareça que a transmissão ocorre através de pessoas com feridas que estão no estágio primário ou secundário, muitas vezes essas feridas não são reconhecidas. Desta forma, a transmissão se dá através de pessoas que não sabem que estão infectadas.

O estágio primário da sífilis é geralmente marcado pelo aparecimento de uma única ferida (chamada de cancro), mas também pode haver feridas múltiplas. O período de tempo entre o contato com o agente patogênico e os primeiros sintomas pode variar de 10 a 90 dias (a média é 21 dias). O cancro é geralmente firme, redondo, pequeno e sem dor. Ele aparece no local onde a sífilis entrou no corpo. O cancro dura de 3 a 6 semanas e sara sem tratamento. Porém, se o tratamento correto não for administrado, a infecção progride para o estágio secundário, caracterizado por erupções na pele e lesões na membrana mucosa.

Esse estágio tipicamente começa com erupções em uma ou mais áreas do corpo. As erupções geralmente não causam coceira e podem aparecer enquanto o cancro está sarando ou várias semanas depois. Além das erupções, os sintomas do estágio secundário da sífilis podem incluir febre, dor na garganta, dor de cabeça, perda de peso, dores musculares e fadiga.

Os sintomas do estágio secundário da sífilis sumirão com ou sem tratamento. Porém, sem tratamento a infecção progredirá para o estágio latente mais avançado podendo danificar órgãos internos incluindo cérebro, olhos, nervos, coração, vasos sanguíneos, fígado, ossos e articulações. Esses danos internos podem aparecer muitos anos depois. Os sintomas do estágio avançado da sífilis incluem dificuldade de coordenar os movimentos musculares, paralisia, cegueira gradual e demência. Os danos podem ser sérios o suficiente para causar a morte.

(07/11/07)