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Terapia Comunitária será oferecida à população.




TÉCNICA DEVE SER IMPLANTADA ATÉ O FINAL DO ANO

Com o objetivo de prevenir agravos e promover a saúde da população, além de capacitar profissionais e agentes de saúde, lideranças comunitárias na prática da “Terapia Comunitária Sistêmica Integrativa – Entre nessa roda”, a Secretaria Municipal de Saúde em parceria com a UFSCar e a Universidade Federal do Ceará (UFC) estão promovendo o curso de capacitação para 60 funcionários, com representantes das secretarias municipais de Saúde, Educação e Cidadania e Assistência Social.

Direcionado a profissionais como médicos, psiquiatras, psicólogos, enfermeiros, agentes de saúde, educadores, assistentes sociais, terapeutas ocupacionais, cientistas sociais, lideranças comunitárias e outros profissionais que desejam desenvolver um trabalho de saúde mental comunitária, o curso foi aberto no dia 16 no teatro Florestan Fernandes na UFSCar com o lançamento da Terapia Comunitária como Política Pública no município de São Carlos.

Com metodologia construtivista, problematizadora e transformadora, o curso terá 360 horas/aula, distribuído em 160 horas teóricas e de vivências terapêuticas, 120 horas de prática e 80 horas de intervisão, em 4 módulos presenciais durante os meses de setembro, novembro, dezembro e fevereiro. Na terça, dia 18, o Prof. Dr. Adalberto de Paula Barreto (criador da Terapia Comunitária há 20 anos no Departamento de Saúde Comunitária da Faculdade de Medicina da Universidade Federal do Ceará – UFC) realizou uma terapia aberta para o grupo na Pousada do Broa, em Itirapina.

Terapia Comunitária
Trata-se de uma abordagem terapêutica em grupo com a finalidade de promover a atenção primária em saúde num espaço de partilha de sofrimentos e descobertas, privilegiando o saber e a competência construídos pelas experiências de vida do indivíduo, da família e da comunidade. Em São Carlos, o Departamento de Atenção Básica (DAB) tem como estratégia fundamental à articulação do setor saúde com outras áreas de atuação governamental e a comunidade, organizados na lógica do território.

A natureza desse trabalho revela problemas e demandas sociais da população que ultrapassam as possibilidades de atuação tradicional da saúde. A carência de intervenções junto à população quer legitimar, articular e redirecionar essas demandas e trabalhar o impacto de problemas sociais na saúde mental da população que possam combater a incidência tanto do sofrimento psíquico quanto de transtornos mentais como depressão, ansiedade e somatização.

O principal benefício deste trabalho no sistema municipal de saúde será agregar ao “cardápio” de ações de saúde oferecido pelas Unidades de Saúde outras ferramentas de promoção de saúde, além da consulta médica, exames e medicamentos. A implantação da Terapia Comunitária como uma das estratégias na Construção da Rede Escola de Cuidado à Saúde no Município de São Carlos “cumpre, com a realização desta formação, a segunda etapa do projeto, pois a primeira foi à realização de sessões de TC nas 10 equipes de Saúde da Família, como estratégia de divulgação e sensibilização dos profissionais e da população para a potencialidade desta ferramenta no cuidado à saúde qualificado e humanizado”, explica Marilda Siriani de Oliveira, diretora do DAB.

Em São Carlos, o processo de implantação nas unidades de saúde pretende ampliar as oportunidades de acolhimento, compreensão e transformação do sofrimento nos espaços de convivência social, identificar e direcionar demandas mais específicas de saúde mental ou física aos recursos da rede de atenção, promover saúde pela valorização das experiências e saberes presentes na comunidade, reconhecimento de sua resiliência e afirmação de seu poder de participação social.

A Terapia Comunitária inserida na Saúde como política pública acompanha a política de fortalecimento da Atenção Básica através da Estratégica Saúde da Família, promovendo os princípios do SUS como a universalidade, a humanização do atendimento, a eqüidade, a participação popular favorecendo a formação de redes sociais solidárias ao estimular a autonomia, o crescimento pessoal e o desenvolvimento familiar e comunitário e a consciência de que as soluções para os problemas provêm da própria comunidade, dando ênfase no trabalho de grupo, para que juntos partilhem problemas e soluções.

“A partir de outubro, os usuários do SUS, ao passarem por uma unidade de saúde, estarão sendo convidados a participar em um horário específico para conhecer a técnica da terapia comunitária, ampliando o acolhimento dos pacientes”, anuncia Denise Martins Gualtieri, terapeuta comunitária.

Como funciona
Após um momento inicial de acolhimento, os participantes escolhem um tema (violência, alcoolismo na família, etc.) que é contextualizado, desenvolvido e problematizado pelos participantes e terapeutas. A terapia se encerra com rituais de agregação. Busca-se a utilização de elementos da cultura popular (músicas, histórias e ditados) que auxiliem no desenvolvimento dos temas, no acolhimento do sofrimento exposto e na aproximação dos participantes. Os objetivos são a legitimações do sofrimento pela oportunidade de verbalizá-lo na comunidade e o reforço e criação de redes de organização social.

A TC traz a oportunidade de realizar promoção de saúde, trabalhando através da valorização das experiências da comunidade, da resiliência e do “empoderamento” da população aumentando, assim, o seu poder de participação na vida social e possibilitando aos “pacientes” vitimizados pelo sofrimento tornarem-se sujeitos da transformação de sua própria história e da história.

(19/09/07)
 
 

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