» COOSTURARTE PDF Imprimir E-mail
Cooperativa emprega mais de 20 mulheres.



COSTUREIRAS SÃO EXEMPLO DO SUCESSO DAS COOPERATIVAS NA CIDADE

Nas oficinas do Salesianos São Carlos, as máquinas de costura operam em ritmo acelerado. Afinal de contas, para dar conta do volume de encomendas é preciso muita concentração e rapidez. A Coosturarte (Cooperativa dos Trabalhadores em Confecções São Carlos) é um exemplo de organização de trabalhadoras que deu certo. A cooperativa emprega mais de 20 mulheres, que dedicam seu talento à costura.

Contando com o auxílio do Departamento de Apoio à Economia Solidária, da Secretaria de Desenvolvimento Sustentável, Ciência e Tecnologia, o grupo comemora dois feitos. Um deles é a confecção dos uniformes utilizados pela Guarda Municipal, e que foram entregues pelo prefeito Newton Lima no dia 1º de agosto. O outro é o fato de a Coosturarte responder pelo acabamento de parte da produção de uma grande empresa de confecção de São Carlos. A Coosturarte também possui uma linha diversa de produtos para o atendimento a empresas, escolas e outros clientes.

No ateliê, as mulheres são responsáveis pelo retoque final nos produtos antes de serem comercializados. “No cooperativismo é assim: quanto mais trabalho maior o resultado e o retorno financeiro para cada trabalhadora, por isso não rejeitamos serviço de maneira alguma”, salienta Aparecida de Fátima Zanchim Bispo, a presidente da cooperativa, que começou em maio de 2001 e agrega mulheres que se encontravam excluídas do mercado formal de trabalho e se uniram buscando uma alternativa de renda. “Além dos uniformes da Guarda Municipal também confeccionamos os jalecos dos vigilantes da Prefeitura”, completa.

Aparecida explica que a média de retirada de cada uma das integrantes é de R$ 500. Para algumas delas, o dinheiro é suficiente para ajudar no orçamento de casa, como faz Maria de Lourdes Mantovani, que se orgulha de ter ajudado, com a renda da cooperativa, até no casamento dos filhos. “É um dinheiro que ajuda bastante”, resume a costureira.

O chefe da Divisão de Tecnologia Aplicada ao Desenvolvimento Social do Departamento de Apoio à Economia Solidária, Gerson Fernandes Martins, destaca que as primeiras experiências voltadas ao cooperativismo surgiram nas universidades públicas (USP e UFSCar). A partir de 2001, na administração do prefeito Newton Lima, essa experiência transpôs barreiras.

Hoje existem 23 grupos de trabalho coletivo em diferentes estágios. “Nós temos exemplos bem-sucedidos de cooperativas e associações que deram certo e hoje, em seu conjunto, envolvem mais de 600 trabalhadores”, enumera Martins. Só a Cooperlimp (Cooperativa de Limpeza dos Moradores do Jardim Gonzaga) emprega 253 trabalhadores, sendo que a Prefeitura é a principal contratante.

O diretor do Departamento de Apoio à Economia Solidária da Secretaria de Desenvolvimento Sustentável, Ciência e Tecnologia, Reynaldo Sorbille, acrescenta que os trabalhadores das cooperativas geram uma renda estimada de R$ 250 mil por mês e isso significa a injeção de R$ 3 milhões no mercado econômico da cidade.

“A organização em cooperativas ajudou a diminuir o desemprego estrutural, já que grande parte dos cooperados estava excluída do mercado de trabalho e encontrou uma maneira diferente de gerar o seu próprio posto de trabalho, construindo um empreendimento que tem como princípio o controle e a propriedade dos meios de produção, a democracia direta nas decisões da cooperativa e a distribuição justa do resultado proporcional ao trabalho de cada um”, diz. Martins também lembra de uma característica importante do cooperativismo: a tomada de decisão coletiva, já que patrão e trabalhador são a mesma pessoa.

Sobre a confecção dos uniformes da Guarda Municipal, Martins considera uma grande vitória das costureiras, visto que se tentassem participar individualmente da tomada de preços não conseguiriam obter o serviço. “Quando há a articulação das costureiras aumenta-se o poder de barganha delas no mercado formal, sendo que a formalização da cooperativa, que possui estatuto social, CNPJ (Cadastro Nacional de Pessoa Jurídica) e efetua as contribuições tributárias necessárias como qualquer empresa, possibilita o acesso às compras públicas”, explica.

Nesses aspectos, Aparecida destaca a importância da Prefeitura, por meio da Secretaria de Fazenda, no apoio para a regularização da cooperativa. “Não tínhamos a experiência necessária nas questões contábeis e o pessoal da Fazenda sempre esteve disposto a nos ajudar”, acrescenta. “Poucas cidades no Brasil têm uma política pública como a adotada por São Carlos nas questões da economia solidária. Acompanhamos os grupos na formação, capacitação, autogestão, organização social e política e articulação das cooperativas, construindo relações de redes e cadeias produtivas”, acentua Martins.

Assistência
Vinculada ao Departamento de Apoio à Economia Solidária, a Divisão de Tecnologia Aplicada ao Desenvolvimento Social é responsável pela aplicação da política municipal de fomento à economia solidária e articulação com outras secretarias e parceiros. A divisão oferece assistência técnica aos empreendimentos e outras iniciativas coletivas, de acordo com o interesse de cada grupo.

O acompanhamento pode abranger da formação das cooperativas até a sua efetiva inserção no mercado, qualificando seus membros associados a serem protagonistas de construção da autogestão e da sustentabilidade das iniciativas coletivas. “Buscamos também estimular e ampliar o consumo de produtos e serviços gerados por empreendimentos solidários no município, assim como informamos e orientamos o microempreendedor, formal ou informal, sobre as formas de acesso ao crédito popular produtivo”, explica Sorbille.

(27/08/07)
 
 

Agendamentos de serviços

SIM ONLINE

Campanhas e Eventos