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São Carlos apresenta a menor taxa da região.



LEVANTAMENTO FOI FEITO PELA FUNDAÇÃO SEADE

Um levantamento divulgado pela Fundação Sistema Estadual de Análise de Dados (Seade) da Secretaria Estadual de Saúde aponta que São Carlos tem a menor taxa de mortalidade infantil entre as cinco maiores cidades da região. O índice de mortalidade infantil de crianças menores de um ano de idade por mil nascidos vivos registrado em São Carlos em 2006 foi de 9,2 % contra 10,2 % em Ribeirão Preto, 10,9 % em Araraquara, 11,5 % em Franca e 15,0 % em Barretos. A média estadual em 2006 foi de 13,2 %.

Este indicador utilizado na avaliação da qualidade de vida das crianças no âmbito municipal, estadual e nacional reflete o cuidado em saúde oferecido pelo município durante a gestação, parto e o acompanhamento do desenvolvimento infantil no primeiro ano de vida. São Carlos já chegou a ter um índice ainda menor: 5,8 % em 2002. A Organização Mundial da Saúde (OMS) estabeleceu o índice de 10 mortes a cada mil nascimentos como número aceitável. Acima disso é necessário que se faça uma rediscussão das políticas públicas na área de saúde.

Investimentos
A Secretaria Municipal de Saúde investe permanentemente na capacitação de profissionais. A assistência pré-natal é tratada como prioridade pelo Grupo Técnico de Atenção à Mulher, que vem investindo na educação permanente dos profissionais das equipes de saúde. A Rede de Cuidado no pré-natal está bem estabelecida através de rotinas que incluem consultas médicas e de enfermagem, exames complementares e ações educativas visando garantir a saúde do binômio mãe-filho.

As mães recebem da Rede de Cuidado à Saúde toda a assistência para um parto seguro e feliz, sendo que 91% das gestantes do município realizam sete ou mais consultas no pré-natal. São 12 Unidades Básicas de Saúde, 11 Equipes de Saúde da Família e um Ambulatório de Cuidados Especiais às gestantes de risco em parceria com a Santa Casa local. Para o secretário Arthur Pereira, a queda da mortalidade infantil na cidade é resultado de uma política de saúde que vem procurando melhorar a resolubilidade dos serviços de atenção à saúde com investimento principalmente na qualificação das equipes de saúde.

Entre as ações que visam manter o índice de mortalidade infantil sobre controle, Pereira cita o trabalho realizado pelo Grupo Técnico de Atenção à Saúde da Mulher no monitoramento do pré-natal e do Grupo Técnico de Atenção à Saúde da Criança no acompanhamento do desenvolvimento e crescimento da criança. Esses grupos garantem um processo de educação permanente aos profissionais, qualificando a atenção prestada. “Há uma série de ações que são desencadeadas desde o nível da atenção básica, com as equipes do PSF, passando pelo atendimento pré-natal que é feito nessas unidades e também no serviço de parto de alto risco”, frisa Pereira.

A Diretora do Departamento de Atenção Básica Marilda Siriani de Oliveira define a queda na taxa de mortalidade como um “resultado do trabalho das equipes no cuidado à mulher e à criança de forma comprometida e humanizada”. Destaca por exemplo a importância do incentivo ao aleitamento materno, a parceria com o Banco de Leite Humano da Santa Casa e a elevada cobertura vacinal no menor de um ano. A coordenadora do Programa DST/Aids, Blaranis Pauleto Ferrari, lembra que São Carlos começa a tratar de uma mulher “quando ela nasce, uma vez que ela é uma mãe em potencial”.

Esse acompanhamento da saúde das mulheres desde o nascimento até sua idade reprodutiva possibilita a identificação de riscos que possam vir a afetar uma futura gravidez. “Quando o médico tem o histórico de saúde de uma gestante que tem hipertensão, diabetes ou Aids, ele pode encaminhá-la para o ambulatório de alto risco da Santa Casa que vai tratar e orientar a gestante durante toda a sua gravidez”, esclarece Blaranis. Crianças que nascem com algum problema também têm atendimento diferenciado no Ambulatório de Bebê de Risco. Essas intervenções realizadas são apontadas por Blaranis como responsáveis pela queda da mortalidade infantil na cidade.

Atendimento especializado
Com o objetivo de assegurar uma atenção hospitalar especializada, reduzindo o índice de morbimortalidade materna e neonatal, a Prefeitura, por meio da Secretaria Municipal de Saúde, em parceria com a Santa Casa e a Maternidade Dona Maria Cintra Silva, desenvolve dois tipos de atendimentos para pacientes do Sistema Único de Saúde (SUS): o Ambulatório de Cuidados Especiais em Gestação e o Serviço de Acompanhamento e Intervenção Neonatal Precoce em Bebês de Alto Risco (Saibe).

Pela parceria, a Secretaria Municipal de Saúde cede os profissionais (médicos e enfermeiros da rede com especialização em gestação de alto risco) e as consultas nas diferentes especialidades via Centro Municipal de Especialidades (CEME), enquanto a Santa Casa disponibiliza espaço físico, laboratório, equipamentos, exames como cardiotocografia, ultra-sonografia, entre outros, além de arcar com os custos de material. O Ambulatório de Cuidados Especiais em Gestação, localizado na Santa Casa defronte à Maternidade de São Carlos, em funcionamento desde novembro de 2000, é referência para o atendimento no acompanhamento pré-natal das gestantes de alto risco até o nascimento do bebê.

As gestantes de alto risco são identificadas nas Unidades Básicas de Saúde (UBS) e Unidades de Saúde da Família (USF) através da aplicação de um protocolo e são referenciadas para o Ambulatório de Alto Risco, onde iniciam uma série de exames, entre eles a cardiotocografia a partir de 30 semanas para a avaliação da vitalidade fetal e função placentária. A gestante tem acompanhamento sistematizado por uma enfermeira, um obstetra ou um especialista da patologia associada à gestação identificada, até o final da gravidez.

Após o período de 7 a 10 dias do nascimento da criança, a mãe volta ao ambulatório para consulta do puerpério juntamente com o bebê, e o acompanhamento se prolonga por 42 dias para orientações e indicação de métodos contraceptivos visando o planejamento familiar.

Já a estação de alto risco é aquela em que a saúde da mãe e/ou do feto e/ou do recém-nascido tem maiores chances de ser atingida que a da média da população considerada. Entre as principais condições das gestantes de alto risco estão: anemia, diabetes, hipertensão, Aids, problemas neurológicos e idade avançada. Já o SAIBE, que atende em média seis crianças por dia, fecha o ciclo acolhendo e cuidando dos bebês de alto risco (prematuro, baixo peso ao nascer, anomalias congênitas dentre outras causas) de São Carlos e mais seis cidades da região logo após receberem alta da Unidade de Tratamento Intensivo (UTI) neonatal ou do berçário intermediário (semi-intensivo) da Santa Casa de São Carlos.

O bebê recebe atendimento até os dois anos de idade com exames clínicos, laboratoriais e de imagem, com acompanhamento de uma equipe constituída por pediatra, neonatologista, fisioterapeuta, fonoaudióloga, oftalmologista e neuropediatra. O plano terapêutico é elaborado de acordo com a necessidade do recém-nascido. Após a alta da UTI, a mãe já recebe a orientação de que seu filho terá um atendimento especializado no Saibe.

O trabalho de acompanhamento desde a alta da UTI é importante para a saúde destas crianças. O recém-nascido recebe um acompanhamento adequado, por uma equipe multiprofissional, sendo possível tratar qualquer problema detectado, evitando assim danos maiores e reduzindo a morbimortalidade. Outro apoio importante vem do CEME, que fornece leites especiais, após avaliação pela assistente social e nutricionista, às crianças cujas mães não conseguem amamentar ou crianças que precisam de fórmulas especiais como complemento alimentar.

(14/08/07)
 
 

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