» PRÓ-MEMÓRIA ORGANIZA DOCUMENTOS DE ÁLVARO GUIÃO PDF Imprimir E-mail



Cerca de duzentos documentos relacionados a Álvaro de Figueiredo Guião – a maior parte deles relacionada à sua vida pública – já foram organizados pela Fundação Pró-Memória. A diretora presidente da Fundação, Ana Lúcia Cerávolo, lembra que “o nome de Álvaro Guião está muito presente na memória dos são-carlenses, sobretudo pela associação com a escola com essa denominação, que é um dos mais importantes bens arquitetônicos da cidade”, e acrescenta que, além dos documentos, entre eles muitos manuscritos, a Fundação tem no seu acervo, doados pela família, alguns objetos pessoais, como comenda, carimbo e caixa laqueada, além de fotos que registram diversos momentos de sua infância e juventude, assim como um álbum de recortes de jornais.

A maioria dos mais de 300 recortes acompanha as atividades de Álvaro Guião como secretário estadual, de julho de 1938 a 14 de dezembro de 1939, quando morreu na queda de um avião. A coordenadora do Arquivo Público e Histórico da Cidade, Juliana Geraldi, explica que este é o primeiro fundo documental constituído por doação de particulares em fase de organização na Fundação e todo o material recebido está sendo incorporado, na categoria coleções especiais, à Biblioteca de Apoio da Fundação.

A organização dos documentos está sendo feita pela técnica em documentação Silvana Dias Cereda, que estuda minuciosamente cada um deles e preenche fichas catalográficas que, aos poucos, permitirão a completa descrição desse fundo documental. Cada ficha registra o suporte, forma, formato, gênero, espécie e tipo do documento. Ela comenta que leu todos os documentos, entre os quais diversos discursos manuscritos, “e aos poucos vou montando o quebra-cabeça”.

Álvaro Guião
Nascido em Santa Rita do Passa Quatro em 20 de maio de 1894, Álvaro de Figueiredo Guião iniciou seus primeiros estudos no grupo escolar Guimarães Júnior, em Ribeirão Preto. Em 1905, entrou no Colégio São Luiz, em Itu, onde se bacharelou em Ciências e Letras. Em 1911, matriculou-se na Universidade de Genebra, na Suíça, onde se formou em Medicina. De volta ao Brasil, em 1917, começou a clinicar em Campinas. Em 1921 ingressou como interno na Maternidade de São Paulo, na qual chegou à posição de chefe da clínica hospitalar. Entre outras atividades, foi ainda cirurgião do Sanatório Santa Catarina e do Hospital Alemão. Foi sócio fundador da Associação Paulista de Medicina.

Casado com a são-carlense Lúcia de Camargo Guião, foi fazendeiro em São Carlos. No início do Estado Novo, nomeado secretário de Educação e Saúde Pública do Estado de São Paulo pelo interventor Adhemar de Barros, exerceu o cargo de 7 de julho de 1938 a 14 de dezembro de 1939, período em que desenvolveu importante atividade administrativa de organização e reorganização dos serviços públicos paulistas nas áreas de educação e saúde.

A atual Escola Estadual Dr. Álvaro Guião, situada na Avenida São Carlos entre as ruas São Sebastião e Padre Teixeira, funciona num prédio inaugurado em 1916 que impressiona pela beleza e imponência da escadaria de acesso à entrada principal. Sua antiga denominação, Escola Normal, foi alterada em 19 de dezembro de 1939 para Instituto de Educação Dr. Álvaro Guião. Essa alteração era uma das homenagens póstumas prestadas ao então secretário estadual da Educação e Saúde Pública, vítima, dias antes, de um acidente de aviação.

Projetado pelo arquiteto Carlos Rosencrantz, o edifício apresenta elementos de influência da arquitetura eclética e foi tombado em 1985 pelo Conselho de Defesa do Patrimônio Histórico, Arquitetônico, Artístico e Turístico, sendo, portanto, um patrimônio do povo do Estado de São Paulo. Inúmeras gerações de são-carlenses freqüentaram a escola, considerada modelar, o que tornou seu nome muito conhecido pela população da cidade.

Arquivo
O Arquivo Público e Histórico da Cidade está sendo organizado desde 2001 como uma das peças fundamentais da administração pública municipal, conforme as diretrizes do prefeito Newton Lima. Qualquer pessoa pode doar acervo à instituição. Basta contatar a coordenadora Juliana Geraldi (pessoalmente, na Estação Cultura – Praça Antônio Prado, s/n – prédio da antiga Estação Ferroviária, ou pelo telefone 3373-2709). Ana Lúcia Cerávolo destaca que “é importante lembrar que, para registrar as histórias das pessoas, é fundamental que tenhamos objetos e documentos que testemunhem a versão contada. Para tanto é preciso que as pessoas levem esses materiais às instituições que documentam a história da cidade, como a Fundação Pró-Memória de São Carlos”.

(15/06/07)
 
 

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