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Patrimônio Imaterial é o tema da semana.



ALIMENTAÇÃO, CONHECIMENTOS E PRÁTICAS SÃO OS TEMAS ABORDADOS

Na abertura da Semana Pró Casa do Pinhal de 2007, na tarde de sábado, dia 19, o prefeito Newton Lima destacou sua alegria em ver, no ano em que a cidade comemora seu sesquicentenário, que a Fazenda Pinhal, tão importante no processo de fundação de São Carlos, está cada vez mais aberta à comunidade. Ele aproveitou a ocasião para anunciar o início, no prazo de um mês, de obras de melhoria no acesso à fazenda, com apoio do Ministério do Turismo, “que representam um grande presente, não apenas para a fazenda, mas para toda a cidade”.

A Semana Pró Casa do Pinhal, realizada pela Prefeitura e a Associação Pró Casa do Pinhal, está em sua sétima edição e faz parte do calendário anual de eventos do município. Criada para difundir o patrimônio cultural de São Carlos, organizando as visitas de estudantes da rede municipal de ensino à Fazenda Pinhal, a Semana, hoje, além da visitação de estudantes, oferece várias atividades e discussões para valorizar o patrimônio cultural local e a educação patrimonial em suas múltiplas formas.

A temática da Semana em 2007 é “Patrimônio Imaterial: alimentação, conhecimentos e práticas”, chamando atenção para o saber fazer que envolvia a produção de alimentos no fim do século XIX e início do XX, os conhecimentos, utensílios e espaços para esta prática, assim como o encontro de culturas e o impacto transformador promovido pelos grupos imigrantes. Após a solenidade de abertura houve apresentações dos corais municipais Multicanto e Bem-te-vi, regidos por Luba Dodonova, seguidas por duas palestras.

Márcia Santana, diretora do Departamento de Patrimônio Imaterial do Instituto do Patrimônio Histórico Nacional (Iphan), discorreu sobre as medidas que a instituição vem tomando em relação à proteção do patrimônio imaterial, constituído por quatro categorias de bens culturais: saberes – conhecimentos e modos de fazer enraizados no cotidiano das comunidades; formas de expressão – manifestações literárias, plásticas, cênicas e lúdicas; celebrações – rituais e festas que marcam a vivência coletiva do trabalho, da religiosidade, do entretenimento e de outras práticas da vida social; e lugares – mercados, feiras, santuários, praças e demais espaços onde se concentram e reproduzem práticas culturais coletivas.

Ela expôs resumidamente a estratégia adotada pelo Iphan para a salvaguarda do patrimônio imaterial brasileiro, que consiste em ações de identificação, registro, apoio e fomento desses bens culturais, enfatizando a importância da participação da comunidade para tornar autônomos os processos de preservação, garantindo a perpetuação desses bens. Esmeralda Soares Payão Demattê, engenheira agrônoma, professora aposentada do campus de Jaboticabal da Universidade Estadual de São Paulo, falando a partir do tema “Plantas alimentícias, condimentares, aromáticas e ornamentais: algumas histórias”, ressaltou fatos relacionados a diversas plantas cultivadas como alimento.

Apontou a necessidade de proteger as espécies silvestres, cuja perda representa uma ameaça para as gerações futuras, exemplificando com uma tragédia do século 19, quando, na Europa, a batata era a mais importante fonte de alimento. Atacados por um fungo, todos os cultivos de batata foram dizimados, ocasionando, apenas na Irlanda, a morte de 3,5 milhões de pessoas, vítimas da fome. Depois de anos foi encontrada nos Andes uma espécie nativa, resistente àquele fungo, permitindo a retomada do cultivo do produto.

A professora enfatizou também a importância do envolvimento da comunidade na proteção dos genótipos e pediu aos presentes para ficarem atentos às expressões “permacultura, sistemas agroflorestais e agricultura sustentável”. Ela concluiu sua fala dizendo que “talvez vocês nunca tenham ouvido antes estas palavras, mas elas apontam o caminho para a proteção do meio ambiente e a sobrevivência da vida humana”. Na manhã do domingo a atração cultural foi a peça infantil “Por que o mar tanto chora”, encenada pelo grupo teatral As Meninas do Conto, de São Paulo, que há dez anos pesquisa a linguagem dos contadores de histórias e já conquistou vários prêmios. O espetáculo encantou crianças e adultos.

Programação
As atividades da Semana continuam nesta terça, dia 22, e quarta, 23, com a oficina “As plantas medicinais e a importância do saber associado”, ministrada por Araci Molnar Alonso, da Universidade Estadual de São Paulo, para professores e outros interessados, com quatro turmas de 40 vagas, duas a partir das 8h e duas a partir das 14h, no auditório da Estação Cultura (prédio da antiga Estação Ferroviária – Praça Antônio Prado, s/n). Na quinta, dia 24, na Fazenda Pinhal, será realizada a oficina “Um estudo da culinária paulista sob o aspecto de diversas influências culturais”, ministrada por Hanna Locher, dirigida a educadores, agentes culturais e interessados, com duas turmas de 30 vagas, uma a partir das 9h e outra a partir das 14h30.

Às 19h30 da quinta, dia 24, na Estação Cultura (plataforma da antiga Estação Ferroviária), será aberta a exposição “Saborosas memórias”, organizada pelo Museu de São Carlos e a Fundação Pró-Memória, a partir do livro “Fazenda Pinhal – Caderno de receitas e histórias de família”, de Helena Carvalhosa, responsável pelos textos. Em seguida será feita a apresentação, por Laerte, da peça teatral “Mário mesa 4”. Na sexta, dia 25, também na Fazenda Pinhal, Jurema da Costa Sekcler, da Casa de Rui Barbosa, e Maria de Lourdes Parreira Horta, do Museu Imperial, coordenam a “Oficina lúdico-pedagógica de educação patrimonial: as três casas que se falam”, voltada para profissionais que atuam em museus ou instituições de caráter histórico, educadores, agentes culturais, estudantes e outros interessados, com duas turmas de 30 vagas, uma a partir das 9h e outra a partir das 14h30.

As inscrições para as oficinas, todas gratuitas, devem ser feitas antecipadamente, com Adriana, na Fundação Pró-Memória de São Carlos (3373-2700, ramal 120).

Jantar e encerramento
Na noite de sexta, dia 25, a partir das 20h, na Fazenda Pinhal, com o tema “A contribuição dos povos na culinária brasileira”, será realizado um jantar em prol da restauração do altar da Casa do Pinhal. Há 100 vagas e as reservas devem ser feitas diretamente na Fazenda Pinhal, pelo telefone 3375-4172. Os convites custam R$ 100,00 e podem ser adquiridos nos seguintes locais: Almanach Café, Contribuintes da Cultura, Estação Cultura e Spázio. O encerramento da Semana será no sábado, dia 26, a partir das 16h, na Fazenda Pinhal, com a palestra “A atualização da memória gastronômica”, do crítico Josimar Melo, e apresentação da Camerata da Universidade Federal de São Carlos, regida por Ilka Zenker Joly.

(21/05/07)
 
 

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