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Com um investimento de R$ 200 mil, a Prefeitura inaugurou a Central de Triagem e Disposição Final de Resíduos de Construção, localizada no Aterro de Resíduos Sólidos da Construção Civil, no bairro Cidade Aracy. Além do ganho ambiental, o local vai oferecer condições dignas de trabalho aos 21 catadores que trabalhavam na antiga entulheira. O grupo será responsável pela triagem de material reciclável para reutilização ou comercialização.



CUSTO MENSAL DE OPERAÇÃO DA CENTRAL É DE R$ 30 MIL

A Prefeitura promoveu no sábado, dia 14, no Aterro de Resíduos Sólidos da Construção Civil, localizado na entrada do bairro Cidade Aracy, a inauguração da Central de Triagem e Disposição Final de Resíduos de Construção, com um investimento de R$ 200 mil na implantação e outros R$ 30 mil/mês para sua operação. Participaram da solenidade o prefeito Newton Lima, o vice-prefeito Emerson Leal, o presidente da Câmara Municipal Edson Fermiano, o administrador Regional do Cidade Aracy, José Alvim Filho (Dé), a primeira-dama Ana Lima, o pároco da Igreja Nossa Senhora de Guadalupe, Ronaldo Correa de Faria, a representante dos catadores Ireni Soares de Lima e demais autoridades.

A Central foi criada através de um trabalho coordenado pela Secretaria de Desenvolvimento Sustentável, Ciência e Tecnologia, articulado com as secretarias municipais de Cidadania e Assistência Social, Obras e Serviços Públicos (auxílio no projeto do barracão e condução das obras), Saúde (vacinação dos catadores e oferecimento de Oficina de Higiene Bucal), Progresso e Habitação São Carlos (Prohab), Imobiliária Faixa Azul (cessão de uso da área), Cetesb, DEPRN e Ministério Público, que compreenderam a importância do empreendimento e auxiliaram na resolução dos problemas apresentados.

Os objetivos dessa Central são disciplinar o depósito do material na cidade, organizar o trabalho dos 21 catadores da região do Cidade Aracy que trabalhavam na antiga entulheira e garantir a permanência no local da EMEB “Afonso Fioca Vitali”, que estava ameaçada por uma imensa voçoroca existente na área. O próximo passo ali será aterrar o lugar, utilizando máquinas e caminhões para depositar toneladas do entulho selecionado na Central. Vale lembrar que São Carlos tem hoje, além da própria Central de Triagem, uma lei que dispõe sobre a Gestão Sustentável dos Resíduos de Construção Civil, sancionada em 2006, e uma Usina de Reciclagem de Resíduos Sólidos coordenada pela Prohab.

Paulo Mancini, diretor do Departamento de Política Ambiental, comemorou ao dizer que “este é um sonho que estamos realizando porque há quase 20 anos a disposição de resíduos da construção civil era feita de maneira inadequada, incluindo lixo industrial e contaminado. Hoje a disposição está sendo feita de forma correta, recuperando a voçoroca, dando garantias para a preservação da escola e com um aterro já licenciado pela Cetesb”, disse.

José Alvim Filho reforça os benefícios trazidos por esse novo espaço. “Acho que com essa excelente infra-estrutura, os catadores poderão, além de ajudar a preservar o meio ambiente, promover um impacto positivo no comércio local do bairro, já que a renda será empregada nos estabelecimentos próximos de suas residências”, opinou. O secretário municipal de Saúde Dirceu Barbano explicou que, além de estimular a seletividade, o trabalho dos catadores promove a retirada de materiais que poderiam servir de criadouros de bichos como escorpião e aranha ou focos transmissores da dengue. “Por outro lado, o local apropriado e a utilização de equipamentos de proteção vão proteger os trabalhadores do sol e da chuva e evitar doenças respiratórias ou de câncer de pele”, lembrou.

Ireni Soares de Lima, representante dos catadores, gostou da infra-estrutura. “Agora temos melhores condições de trabalho e com segurança, porque antes estávamos expostos a todo tipo de risco de acidentes ou doenças”. Já a catadora Geni de Castro Ferreira Melo disse que o trabalho na Central vai ajudar a reforçar o orçamento doméstico, uma vez que “o material reciclado como papelão, por exemplo, pode ser vendido a R$ 0,29 o quilo e nos permitir um ganho semanal de R$ 60,00”.

São Francisco de Assis
O ponto alto da festa foi uma homenagem feita pelos catadores ao prefeito Newton Lima. Eles encontraram uma imagem de São Francisco de Assis entre os entulhos e, depois de recuperada, deram-na de presente ao prefeito, que profundamente emocionado, agradeceu. “Vocês não sabem o bem que estão fazendo ao prefeito, porque as responsabilidades e dificuldades são muitas, e sempre que isso me acontece preciso lembrar dos momentos que me dão forças e me estimulam a continuar. Isso nunca mais vai sair da minha cabeça, para sempre vou me lembrar desse momento emocionante”, disse.

Newton Lima disse ainda que este é um exemplo a ser seguido. “Hoje podemos dizer que em nossa cidade temos mais um exemplo do que é agregar preocupação com o meio ambiente, com o ser humano, construção da cidadania e alternativas de renda. Em 2001, nós acabamos com o lixão ao lado da escola Natalino Deriggi, onde até morte aconteceu por lá, e ainda esse ano vamos construir lá o Centro da Juventude e Esportivo do Aracy. Estamos enterrando aqui mais uma agressão brutal ao meio ambiente, e essa Central, além de dar condições dignas de vida aos catadores, que nem banheiro tinham, será uma experiência que vai correr o Brasil para que as pessoas possam conhecer como é que se resolve de maneira combinada e articulada problemas dessa magnitude”, afirmou.

O padre Ronaldo Correa de Faria, como bom franciscano, disse que a Central é uma política pública voltada para o meio ambiente, “e trouxe para o Cidade Aracy um novo aspecto, já que os catadores disputavam espaço com os urubus, abutres e pássaros, e não foi por acaso que a imagem de São Francisco foi encontrada pelos catadores. Foi um grande milagre de São Francisco, o pai da natureza, e me fez lembrar a imagem de Nossa Senhora encontrada no rio pelos pescadores. Por isso tenho certeza de que esse local já foi abençoado e as pessoas trazem no coração que aqui também é terra de ecologia”.

O secretário de Ciência, Tecnologia e Desenvolvimento Sustentável, Emerson Leal, destacou que a Central vai humanizar o trabalho dos catadores. “Através de uma parceria com as secretarias de Educação e Cultura e Cidadania e Assistência Social, será possível alfabetizar 15 catadores. Nosso Departamento de Economia Solidária vai criar também condições para que os trabalhadores de forma organizada possam aproveitar a infra-estrutura fornecida como fonte de geração de renda e aumentar a sua auto-estima”, explicou.

Histórico
Antes da inauguração da Central, os entulhos eram depositados indiscriminadamente na antiga entulheira e prevalecia o descaso das administrações anteriores, que utilizaram por cerca de 20 anos esse local sem controle dos resíduos descartados. A área sofria risco de deslizamento de terras e promovia degradação ambiental pelo descarte irregular em área não autorizada, ocasionando constantes queimadas no local. Os catadores também trabalhavam sem equipamentos de proteção individual (EPIs), desorganizados, com alto risco de sofrerem acidentes, num ambiente sem cobertura para o sol e chuva e sem banheiro.

Hoje o local tem um barracão de 300 m², pátio de operação, e os catadores possuem equipamentos de segurança e uma infra-estrutura com guarita da portaria (cedida pela USP), plantas ornamentais e parte da grama reutilizadas de cargas depositadas no local, dois banheiros (feminino e masculino), copa e cozinha e escritório de trabalho. O espaço será usado em breve para alfabetizar os catadores através do Movimento de Alfabetização de Jovens e Adultos (MOVA) da Secretaria Municipal de Educação e Cultura. Os próximos passos caminham para a formação de empreendimento autogestionário dos catadores, que já estão trabalhando no regimento interno da categoria.

Triagem
É permitida a entrada de apenas alguns tipos de resíduos no local. Os resíduos não conformes são enviados ao Aterro Sanitário Municipal ou ao gerador (caso sejam resíduos industriais ou que possam apresentar algum risco). Os resíduos são triados pelos catadores, que separam material reciclável, madeira, alumínio e ferro para reutilização ou comercialização. São comercializadas tijolos em bom estado, lenha, ferragens, tubos e reciclados em geral como plástico, papelão, vidros e metais.

(17/04/07)
 
 

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