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Ao lado do Dr. Dráuzio Varella e do Profº Renato Janine Ribeiro, o prefeito Newton Lima participou do debate A Violência que nos Confronta, realizado na Universidade Paulista (Unip), em São Paulo. Newton Lima apresentou dados sobre a violência em São Carlos e falou sobre a implantação do Plano Municipal Integrado de Segurança Pública, que em 2005 ganhou o Prêmio Gestão Pública e Cidadania, concedido pela Fundação Getúlio Vargas.



SÃO CARLOS APRESENTA UM DOS MENORES ÍNDICES DE VIOLÊNCIA DO ESTADO

O prefeito Newton Lima participou na manhã de segunda, dia 26, de um debate na Universidade Paulista (Unip), unidade Paraíso, ao lado do Dr. Dráuzio Varella, que integra os quadros da Universidade, e do professor de Filosofia Política da Universidade de São Paulo (USP), Renato Janine Ribeiro, sob o tema “A violência que nos confronta”. Também integraram a mesa o reitor da Unip, João Carlos Di Genio, e o presidente do Centro Acadêmico da entidade, Márcio Bico. Cerca de 600 pessoas acompanharam o evento, além da transmissão pela internet para todos os campi da Universidade.

Newton Lima fez uma apresentação dos números sobre a violência de São Carlos, uma das cidades com os menores índices do Estado de São Paulo, graças a uma série de fatores resultantes da implantação, em 2001, do Plano Municipal Integrado de Segurança Pública. O Plano foi eleito, pela Fundação Getúlio Vargas em 2005, como vencedor do “Prêmio Gestão Pública e Cidadania”. O prefeito apontou dados, fornecidos pela Polícia Militar, que indicam a diminuição de furtos, roubos e homicídios na cidade. “Nossos números mostram que estamos melhorando, mesmo com um crescimento populacional duas vezes maior que a média do Estado”, explicou.

Na apresentação, o prefeito falou sobre as diversas políticas públicas do município, as diretamente ligadas ao tema da Segurança Pública e as indiretas, como programas de complementação de renda – em São Carlos mais de 22 mil pessoas são atendidas por esses programas. “Na primeira gestão nós conseguimos implantar 100% de iluminação na cidade”, comentou, lembrando que quanto mais iluminada for a cidade menor é a violência nas ruas. O prefeito falou ainda sobre a municipalização do trânsito, principalmente com a criação dos agentes de trânsito, o que permitiu que policiais militares voltassem a combater o crime.

Newton Lima também destacou diversas outras políticas públicas que foram implantadas para “disputar” com o tráfico ou crime organizado os jovens. “Nós precisamos disputar a atenção dos jovens, ou seja, oferecer para eles condições de adquirirem seu espaço na sociedade, caso contrário serão atraídos para o crime”. Ele citou os programas educacionais e esportivos já implantados e a construção, em breve, dos Centros da Juventude como mais um instrumento que será fornecido aos jovens, especialmente aos mais carentes.

Debatedores
Segundo o professor da USP, o convite para que ele participasse do debate ocorreu após a publicação de seu artigo no Caderno Mais do Jornal Folha de S. Paulo, intitulado “Razão e Sensibilidade”, e que provocou diversas reações na sociedade. No artigo, Janine se refere à morte do menino João Hélio, no Rio de Janeiro, que foi arrastado por cerca de 7 quilômetros por assaltantes. Janine ainda comentou que seu artigo teve o título alterado. Entre as ponderações, Janine comentou que a sociedade está indignada com os crimes hediondos e que já consegue manifestar essa indignação. “No entanto, o poder público em geral tem uma incapacidade de canalizar por meio da justiça os crimes hediondos”, argumentou.

Já o médico Dráuzio Varella fez questão de enfatizar que a resposta da sociedade aos crimes hediondos é emocional, e que sobre esse enfoque é preciso ter cuidado ao traçar políticas para combater a violência. Na opinião dele, três são os principais fatores que levam os jovens à violência: crianças que não recebem na primeira idade uma boa assistência, adolescentes criados em lares desfeitos sem limites disciplinares e a convivência com pais violentos ou com uma comunidade violenta. “Não acredito que a pobreza por si só gere a violência, na Índia, por exemplo, é possível andar tranqüilamente pelas ruas”.

“Nós queremos prender os que se comportam mal”, disse Dráuzio, apontando dificuldades práticas para que mais pessoas sejam presas. “Nós temos no Brasil 401 mil pessoas presas e 550 mil mandados de prisão não cumpridos”, disse, explicando que o sistema penitenciário brasileiro já está superlotado e não suportaria um número maior de prisões. Ainda segundo o médico, no Estado de São Paulo, a cada cem boletins de ocorrência, apenas cinco terminam em condenações.

Nas considerações finais, Newton Lima fez questão de marcar sua posição contrária à redução da maioridade penal, tema que o motivou a escrever com o padre Agnaldo Soares de Lima um artigo, publicado no jornal Folha de S. Paulo, após a morte do menino João Hélio, defendendo a aplicação integral do Estatuto da Criança e Adolescente (ECA) antes que ele passe por modificações que pregam algumas autoridades políticas e acadêmicas. “O adolescente em conflito com a lei não pode ser tratado como bandido, e a Febem faz isso. Esses jovens precisam receber todas as medidas socioeducativas previstas no ECA”, finalizou.

(27/03/07)
 
 

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