» ALUNOS DE MEDICINA RETOMAM ATENDIMENTO EM UNIDADES DE SAÚDE PDF Imprimir E-mail





Cerca de 37 alunos do segundo ano do curso de Medicina da Universidade Federal de São Carlos (UFSCar), que tem por objetivo formar médicos generalistas aptos a atuarem no Programa de Saúde da Família (PSF) e no Hospital-Escola Municipal, retomaram nesta semana o acompanhamento das situações e rotinas de atendimentos dos pacientes em cinco Unidades de Saúde da Família (USF) do município, nos bairros Jockey Clube, Romeu Tortorelli, Jardim São Carlos, Jardim Gonzaga e Antenor Garcia, com cada aluno sendo responsável pelo acompanhamento de 10 famílias.

Entre os procedimentos realizados estão entrevistas e conversa com os pacientes, discutindo necessidades de saúde ou patologias como hipertensão e diabetes, levantamento de dados antropométricos, análise de sinais vitais como temperatura, freqüência cardíaca e respiratória, aferição da pressão arterial, entre outros, tanto nas USFs quanto nas visitas domiciliares com as famílias sob responsabilidade de cada aluno.

É realizado ainda o exame físico geral de alguns grupos de pacientes, de acordo com a programação de cada unidade e a segurança de cada aluno, mas tudo supervisionado pelo médico preceptor (orientador do aluno) e professores facilitadores que analisam o desempenho de cada aluno.

As atividades, que contam com cerca de sete alunos em cada USF, são feitas durante três horas por dia, terças e quintas, das 13h30 às 16h30. Às sextas, as ações são analisadas pelo facilitador (multiplicador de conhecimento) do curso que, quando necessário, também promove encontro com o preceptor (médico orientador responsável clinicamente) para trocarem informações sobre as atividades dos alunos nas unidades de saúde. O encontro é uma oportunidade para fazer um balanço das atividades que ocorreram durante a semana ou mesmo do registro feito dos pacientes, apontando necessidades para discussões e elaboração do plano terapêutico.

Os alunos foram inseridos na prática da medicina aprendendo a valorizar o paciente com a humanização do atendimento já no primeiro ano do curso em 2006, através de um convênio firmado entre a UFSCar e a Prefeitura, atendendo a necessidade de formação de jovens médicos para prestar assistência de maneira preventiva.

Atividade prática
De acordo com o grau de autonomia adquirido pelo conhecimento teórico e prático, os alunos vão sendo liberados gradativamente para a realização de exames ou procedimentos clínicos. O fluxo do usuário é o fluxo do aluno que acompanha o paciente durante todo o processo de tratamento ou intervenção cirúrgica, como observador, por exemplo. Para o aluno César Seiji Setoue, “há uma contextualização do conhecimento teórico que a gente aprende na universidade, porque entramos em contato com diferentes ambientes que no decorrer do curso vão nos inserindo em esferas de atendimento, tendo uma idéia geral de como funciona o Sistema Único de Saúde (SUS)”.

Já Carla Carolina Vilas Boas enfatiza que, “além do atendimento nas unidades, é nas visitas domiciliares às famílias que podemos perceber aspectos como é sua rotina de vida, o que está influenciando em seu estado de saúde e nesse sentido nós as orientamos buscando informações tanto na faculdade quanto com o nosso preceptor na unidade de saúde que faz a orientação dos procedimentos”.

Apoio
Os usuários do sistema municipal de saúde aprovam a participação dos alunos nas USF. A operadora industrial Ana Lúcia Coelho Nicolau, por exemplo, afirma que “a participação dos alunos no posto de saúde é muito boa e traz benefícios, porque já ajuda o médico e também ajuda os pacientes. A visita às famílias, em suas casas, é um planejamento muito bom, que agiliza as consultas e os próprios formandos a estarem mais preparados para o mercado de trabalho”. Marlene Rodrigues, doméstica, acrescenta que “eles têm que estudar bastante para serem bons médicos, e ao estarem acompanhando as pessoas que passam pela consulta, vão ficar bem preparados como médicos”.

O Dr. Ed Carvalho, clínico da família e preceptor dos alunos na USF do Jockey Clube, lembra que “o curso é uma proposta inovadora porque os alunos já vêm para a unidade aprender trabalhando com atividades práticas voltadas para a realidade de saúde. A problematização de saúde muitas vezes só é identificada durante as visitas residenciais, conhecendo algumas situações de risco ou problemas que na consulta na USF o médico não fica sabendo”.

O trabalho como preceptor, de acordo com o médico, funciona no sentido de orientar a construção do conhecimento que os alunos vão adquirindo ao longo do curso. “Eu faço essa ponte entre o conhecimento teórico pela faculdade e a prática aqui na unidade, mas a decisão clínica e a responsabilidade médica são sempre do médico preceptor que supervisiona o atendimento do aluno”, reforça. O secretário municipal de Saúde, Dirceu Barbano, reforça que “eles vêm para o sistema municipal de saúde para fazer o acompanhamento do atendimento dos pacientes, estudando medicina a partir da realidade dos quadros de saúde apresentados”.

A coordenadora do curso de Medicina da UFSCar, Valéria Vernaschi Lima, ressalta que haverá uma qualificação dos profissionais do SUS nessa parceria entre a Secretaria Municipal de Saúde e a UFSCar: “No curso você junta teoria com a prática, e isso causa um impacto na aprendizagem muito especial. A retenção do conhecimento é maior, o significado do aprendizado é ampliado, e esse vínculo com a comunidade do aluno dá uma noção de como será a carreira depois de formado”.

(16/03/07)
 
 

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