» FOLHETO INFORMA SOBRE CUIDADOS COM CARAMUJO AFRICANO
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Alguns bairros da cidade passaram a receber nos últimos meses um visitante inesperado e indesejado: o caramujo gigante africano (Achatina fulica), um invasor que pode ser prejudicial à saúde. O clima úmido e quente contribui para o surgimento do molusco, que é considerado uma praga urbana por invadir quintais das residências subindo pelos muros ou chegando pelas calçadas e tirando o sossego de moradores e autoridades da saúde.

Os moradores de alguns bairros, como o Nova Santa Paula, Estância Suíça, Residencial Samambaia, ou chácaras como Aracê de Santo António, procuraram as Vigilâncias Epidemiológica e Sanitária para reclamar da presença do caramujo africano, que chega a atingir 20 cm de comprimento de concha e pesa, em média, 200 gramas. Com grande capacidade reprodutiva, ele realiza até quatro posturas por ano e coloca de 180 a 600 ovos por postura. Tem alta adaptabilidade, sendo encontrado em locais úmidos e sombreados, principalmente em época de chuvas.

Em São Carlos, a Vigilância Sanitária notifica a reclamação dos moradores e analisa cada caso acionando, se necessário, a Vigilância Epidemiológica, que orienta como se deve proceder à coleta e o descarte do parasita quando encontrado pelos moradores em pequenas quantidades. Se o volume de caramujos é muito grande é acionada a limpeza pública para auxílio e coleta. “Para coletar os caramujos, as mãos devem estar protegidas com luvas ou sacos plásticos para evitar o contato da sua secreção com a pele humana”, orienta Edel Zóia, coordenadora da Vigilância Epidemiológica de São Carlos.

O secretário municipal de Saúde Dirceu Barbano reforça que o caramujo africano, além de ter se tornado uma praga que traz prejuízos em plantações e verduras, causa preocupações a várias regiões do país e a Secretaria Municipal de Saúde assumiu a responsabilidade aqui em São Carlos de tornar o mais transparente possível para a população quais são os procedimentos relativos ao controle do molusco para evitar a sua reprodução e a possível transmissão de doenças. “As pessoas precisam estar alertas e por ser um problema de saúde pública a secretaria tem a obrigação de atuar imediatamente, além de orientar a população para o procedimento adequado em suas residências, evitando que a infestação chegue a níveis insuportáveis”, orienta Barbano.

A Prefeitura através de um trabalho integrado entre as secretarias municipais de Saúde, Agricultura e Educação realiza a coleta e eliminação adequada dos caramujos. Está sendo distribuído à população um folheto educativo contendo informações de como controlar a infestação dos caramujos, como o ser humano pode contrair a parasitose e quais devem ser as medidas de prevenção de doenças causadas pelo caramujo.

A população pode contrair a parasitose ao ingerir o caramujo (alimentação), ao consumir alimentos sem a correta higienização (frutas e verduras onde o caramujo gigante africano infectado tenha se deslizado); ao manusear os caramujos e levar a mão à boca (fumando, por exemplo).

Controle da infestação
Não há práticas e produtos específicos para o controle do Achatina fulica, mas algumas medidas podem ser tomadas para minimizar o problema das infestações: identifique se o caramujo em questão é mesmo o caramujo gigante africano (bordas da concha afiadas e cortantes) para não colocar em risco os caramujos nativos (bordas arredondadas); manuseie e colete o caramujo com a proteção de luvas ou sacos plásticos (verifique se o saco ou as luvas não estão furados).

Durante o manuseio do caramujo não coma, não beba, não fume e não leve a mão à boca, colocar os caramujos dentro de dois sacos plásticos com “cal de construção” ou “sal de cozinha” e esmagá-los quebrando as conchas. Depositar no lixo comum, pois em nosso aterro há um sistema de compactação diária que garante a morte dos ovos e a não contaminação do solo. As conchas vazias do caramujo encontradas também devem ser recolhidas, pois com a chegada das chuvas podem tornar-se criadouros para o mosquito da dengue ou de insetos vetores de outras doenças.

A prevenção pode ser feita ao lavar meticulosamente os alimentos a serem consumidos crus, lavar as mãos após o trabalho no campo, hortas e jardins, não permitir que crianças manuseiem ou brinquem com moluscos. O caramujo africano pode transmitir duas doenças: angiostrongilíase meningoencefálica humana, que tem como sintomas dor de cabeça forte e constante, rigidez na nuca e distúrbios do sistema nervoso, e angiostrongilíase abdominal, que causa perfuração intestinal e hemorragia abdominal apresentando como sintomas dor abdominal, febre prolongada, anorexia e vômitos.

O caramujo africano no Brasil
A chegada do caramujo africano ao Brasil se deu na década de 80, no Estado do Paraná. Naquela época, alguns produtores acreditavam que esse caramujo poderia ser um substituto barato para o escargot, cuja manutenção e criação em cativeiro é cara e trabalhosa. A carne do caramujo africano, no entanto, foi rejeitada pelos consumidores e, diante da falta de consumo, os caramujos foram soltos na natureza. Sem contar com predadores naturais, os caramujos africanos proliferaram rapidamente. Hoje ele está presente em praticamente todos os Estados do Brasil.

Alguns caramujos chegaram a São Carlos trazidos de outras cidades por pessoas que, por falta de conhecimento, acharam o molusco bonito e deixaram enfeitando o jardim. Outros vêm em forma de ovos, em plantas ou em meio a materiais de construção. Outras informações poderão ser obtidas na Vigilância Epidemiológica pelo telefone 3307-7405.

(15/03/07)

 
 

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