» PALESTRA SOBRE MULHERES E O ISLAMISMO MOVIMENTA A FESC
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Um público formado na grande maioria por mulheres compareceu, na noite de quinta, dia 8, no campus da Vila Prado da Fundação Educacional São Carlos (FESC), para assistir à palestra “Relações de Gênero e o Islamismo: as mulheres e o Islã”, proferida pela professora doutora Eliane Moura da Silva. Foi a primeira de um ciclo de palestras que faz parte da programação da “Festa das Nações: a contribuição da cultura árabe”, um dos eventos comemorativos do ano do sesquicentenário são-carlense promovido pela Prefeitura.

A palestra integrou também a programação municipal de eventos comemorativos do Dia Internacional da Mulher. O ciclo continua nos dias 20, no auditório da Fundação Pró-Memória, com a exposição da Drª Soraya Smaili (ICÁrabe/FPM-USP), sobre a “Influência da Cultura Árabe no Ocidente”; 22, no anfiteatro José Caron, no campus são-carlense da Universidade de São Paulo, com a participação do Prof. Dr. Aziz Ab Saber (USP), que falará sobre “Trajetória de um Descendente Árabe”, e termina no dia 28, no auditório da Fundação Pró-Memória, com o tema “Literatura Árabe”, a cargo do Prof. Dr. Mamede Jarouche (USP).

As mulheres e o Islã
Eliane lembrou que o islamismo, com cerca de um bilhão e trezentos milhões de seguidores, é a segunda maior religião do mundo, mas destacou que, embora a origem dessa religião seja árabe, hoje a maioria dos seus fiéis não é árabe, pois há grande número de adeptos em paises não árabes, alguns muito populosos, como a Indonésia, Índia e Paquistão. Expondo seu tema, a palestrante procurou definir as questões de gênero e apontar as hierarquias que envolvem os dois sexos. Em seguida, iniciou uma série de reflexões críticas sobre alguns princípios contidos no Alcorão, entre eles os que se referem à mulher.

A professora disse ver com preocupação a expansão do fundamentalismo islâmico nas últimas décadas, que tem revalorizado a subalternidade da mulher. Para ela é preciso reconhecer que muitas mulheres islâmicas, com destaque para as palestinas, agem no combate às várias formas de opressão a que são submetidas. Após animados debates, Eliane despediu-se ponderando que as questões de gênero exigem longos processos de amadurecimento e discussão para sua correção. A noite foi encerrada com apresentações de dança do ventre por bailarinas são-carlenses.

(09/03/07)
 
 

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