» EXPOSIÇÃO ROSA E MARROM SERÁ ABERTA NESTA SEXTA PDF Imprimir E-mail


Artista: Glaucea Brito.
Artista: Sara Rute.
Artista: Renata Fellinto.
Dentro da programação do Mês da Mulher, o Centro Municipal de Cultura Afro-Brasileira “Odete dos Santos”, da Prefeitura, realiza de 2 de março a 15 de abril a exposição Rosa e Marrom. A abertura acontece nesta sexta, dia 2, a partir das 19h, na rua Dona Alexandrina, 844, no centro, quando será realizada uma mesa-redonda com o tema “Rosa e Marrom – Gênero e Raça na Arte Contemporânea Brasileira”, tendo como mediador Alexandre Bispo, pesquisador e educador do Museu Afro Brasil.

A exposição vai apresentar trabalhos das artistas Glaucea Britto, Renata Felinto, Sarah Rute Barboza e Solange Ardila, que retratam a importante contribuição da comunidade negra para o país. Palestras também fazem parte da programação da exposição: no dia 17 com o tema “A mulher negra e a estética no século XX”, ministrada por Maria Aparecida Lopes, doutoranda em História pela Unesp/SP, e no dia 24 com o tema “A mulher nos mitos de origem iorubá”, com Vanicleia Silva Santos, doutoranda em História pela USP/SP. As duas palestras serão realizadas a partir das 15h no Centro Municipal de Cultura Afro-Brasileira “Odette dos Santos”.

Renata Felinto, que esteve em São Carlos no início do mês de fevereiro, aguarda com muita expectativa a exposição, pois é a primeira vez que as quatro artistas irão expor juntas. Ela ressaltou a importância do Centro Afro-Brasileiro, já que poucas cidades reconhecem a cultura negra dedicando um espaço a ela. “O espaço aqui do Centro Afro-Brasileiro é muito bom e a exposição tem tudo para ser um sucesso. Nesta exposição nós procuramos valorizar a comunidade negra do nosso país”, concluiu.

Artistas
Sara Rute escolheu como material de trabalho a argila, elemento mítico que modelou a criação de grupos humanos inteiros. A auto-concepção, o ver-se a si mesma por meio da série de auto-retratos de Gláucia Britto, em que a artista se coloca numa situação antiga, não ordinária de uma São Paulo modernista, sozinha debaixo de um guarda-chuva. São delicadas impressões de xilogravura num total de quatro peças que remetem a uma noção cara da democracia moderna.

Nos trabalhos de Solange Ardila o problema não é o universal, o auto-retrato, entendido como identidade, nem a sociedade como lugar de dominação, mas a imaginação erótica de Ardila que toma corpo em imagens de mulheres demarcadas por muita tinta sobre papel, mas que remetem a um todo coerente que combina vermelhos, dourados e pretos formalizando um ponto de vista sobre a feminilidade, a autonomia sexual das mulheres a sensualidade expressa, sobretudo no formalismo cromático do qual ela lança mão.

Renata Felinto, mestre em Artes Plásticas pela Universidade Estadual Paulista (UNESP), com a tese “A escravidão africana na arte contemporânea”, 2004, nos propõe algo menos ingênuo, frágil, delicado ou individual, instaura um modo de entendimento na manipulação que faz de imagens fotográficas de sua família e de outras com as quais manteve contato. Em “A escola do esquecimento” ela nos propõe um ponto de vista para pensar sobre o processo de socialização da criança negra.

Rosa e Marrom
A cor rosa usada cultural e costumeiramente para referir-se ao sexo feminino reafirma ironicamente esse suposto lugar de fragilidades, de ausência de expressão política, da limitação aos afazeres domésticos, da delicadeza da menina. Mas dá um salto e não aceita somente esse lugar. A cor marrom pesando inteligentemente sobre a noção de raça, de etnia, traça também em tom irônico uma reflexão que desemboca na aparência cromática da pele, evocando senão os conflitos marcados no corpo, na construção das identidades, na expressão de desejos.

(01/03/07)
 
 

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