» LEISHMANIOSE: LEVANTAMENTO INVESTIGA A PRESENÇA DO MOSQUITO PDF Imprimir E-mail




A Sucen (Superintendência de Controle de Endemias) de Araraquara, juntamente com equipes da Vigilância Epidemiológica de São Carlos, devem concluir nesta sexta, dia 16, a instalação de 44 armadilhas para a realização do levantamento entomológico (presença de insetos) em todas as regiões da cidade, com o objetivo de saber se São Carlos possui o mosquito-palha, vetor da Leishmaniose Visceral Americana (LVA).

As armadilhas estão sendo instaladas por amostragem com duas unidades por setor do Programa Nacional do Controle da Dengue (PNCD), indicadas pela Vigilância Epidemiológica do município. Os critérios para a instalação das armadilhas são residências que possuem quintais amplos, úmidos, com chão de terra e sombreados, com animais domésticos como cachorro, gato, galinha, porco, e ricos em matéria orgânica em decomposição, como folhas e frutos, ambientes propícios para o desenvolvimento do mosquito-palha.

Na área urbana, o cão é o principal reservatório da leishmaniose visceral. O mosquito-palha transmite a doença ao homem somente após picar o animal contaminado. As armadilhas funcionam com energia elétrica e possuem iluminação, atraindo os insetos, que ficam presos num compartimento por um sistema de sucção ao se aproximar. Elas funcionam por três noites consecutivas, após o anoitecer.

Com monitoramento e orientação da Equipe de Controle de Vetores da Vigilância Epidemiológica, os próprios moradores trocam o filtro de captura dos insetos e, na manhã seguinte de cada uma dessas noites, a equipe responsável vai até o local onde elas foram instaladas para retirar os mosquitos e conferir se há presença de Lutzoyia longipalpis (também conhecido como “flebótomo” ou “mosquito-palha”) entre eles.

A coordenadora da Vigilância Epidemiológica, Edel Zóia, reforça a importância do trabalho ao afirmar que até hoje não se tem conhecimento desse vetor em São Carlos e o trabalho que está sendo realizado pretende justamente verificar essa informação. “O mosquito-palha tem hábito noturno e só sai da atividade de repouso e descanso durante a noite. Depois de coletado o material durante as três noites, é feita uma triagem dentro de cada coletor, separando borboleta, mosca, besouro, e se tiver o mosquito-palha ele será encaminhado para o laboratório de referência de flebotomínio, na cidade de Mogi-Guaçu, para identificar a espécie”, afirma Eduardo Sterlino Bergo, pesquisador científico da Sucen de Araraquara.

Se houver o vetor da Leishmaniose Visceral Americana, ainda segundo o pesquisador, algumas medidas serão tomadas preventivamente para que não haja a transmissão da doença. Entre as ações será solicitada a limpeza dos quintais e terrenos baldios e poda das árvores para que o sol possa secar mais a terra, e o recolhimento de animais da rua, entre outros.

Manifestação da Doença
No ser humano, a doença pode se manifestar de forma grave e até levar a óbito se não for diagnosticada e tratada em tempo oportuno. Infelizmente, não há tratamento eficaz para o cão doente. A leishmaniose visceral é transmitida pelo mosquito flebótomo infectado pela leishmania, protozoário que causa a doença. O mosquito se alimenta de sangue de animais silvestres e, ao picar alguns mamíferos, pode infectá-los, transformando-os em reservatórios da doença.

Com a modificação do meio ambiente, causada pelo desmatamento, o homem passou a ter contato com o mosquito. Após a picada, a doença pode levar até um ano para se desenvolver. Os principais sintomas são febre, emagrecimento, aumento do fígado e do baço e falta de apetite. Bauru é uma das cidades mais próximas a São Carlos onde há casos confirmados de LVA.

(15/02/07)
 
 

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