» LEISHMANIOSE: SAÚDE PREPARA ARMADILHAS PARA MOSQUITO PDF Imprimir E-mail

A Sucen (Superintendência de Controle de Endemias) vai distribuir 44 armadilhas para insetos em todas as regiões da cidade com o objetivo de saber se São Carlos possui o mosquito palha, vetor da Leishmaniose Visceral Americana (LVA). O monitoramento vai acontecer nesta quinta, dia 8, e sexta, dia 9, com o apoio da Equipe de Controle de Vetores da Vigilância Epidemiológica.

As armadilhas funcionam com energia elétrica e possuem iluminação, atraindo os insetos, que ficam presos ao se aproximar. Elas vão funcionar por três noites consecutivas, após o anoitecer. Na manhã seguinte, a equipe responsável vai até o local onde elas foram instaladas para retirar os mosquitos e conferir se há presença de Lutzoyia longipalpis (também conhecido como “flebótomo” ou “mosquito palha”) entre eles.

“O mosquito palha tem hábito noturno e se existir a espécie na área urbana as armadilhas vão mostrar”, afirma Eduardo Bergo, pesquisador científico da Sucen de Araraquara. Segundo ele, até hoje não se tem conhecimento desse vetor em São Carlos e o trabalho que será realizado pretende justamente verificar essa informação. A instalação das armadilhas será feita em algumas residências, principalmente naquelas onde existem amplos quintais sombreados, ricos em matéria orgânica em decomposição, como folhas e frutos, e também com animais domésticos.

A coordenadora da Vigilância Epidemiológica, Edél Zóia, reforça a importância do trabalho ao afirmar que “é um processo de vigilância na prevenção da doença”. Os flebótomos vetores da LVA vivem em ambientes de solo sombreado e úmido, diferente do mosquito da dengue, que se reproduz em água parada. Na área urbana, o cão é o principal reservatório da leishmaniose visceral. O mosquito palha transmite a doença ao homem somente após picar o animal contaminado.

Manifestação da doença
No ser humano a doença pode se manifestar de forma grave e até levar a óbito se não for diagnosticada e tratada em tempo oportuno. Infelizmente, não há tratamento eficaz para o cão doente. A leishmaniose visceral é transmitida pelo mosquito flebótomo infectado pela leishmania, protozoário que causa a doença. O mosquito se alimenta de sangue de animais silvestres e, ao picar alguns mamíferos, pode infectá-los, transformando-os em reservatórios da doença.

Com a modificação do meio ambiente, causada pelo desmatamento, o homem passou a ter contato com o mosquito. Após a picada, a doença pode levar até um ano para se desenvolver. Os principais sintomas são febre, emagrecimento, aumento do fígado e do baço e falta de apetite. Atualmente, a leishmaniose visceral é encontrada em 19 Estados das regiões Norte, Nordeste, Centro-Oeste e Sudeste, sendo que 90% dos casos estão no Nordeste do país.

Crianças desnutridas e que vivem em bolsões de pobreza, com sistema imunológico vulnerável, têm mais possibilidade de desenvolver a doença. Calcula-se que 65% dos doentes de leishmaniose sejam crianças. Bauru é uma das cidades mais próximas a São Carlos onde há casos confirmados de LVA. Outras cidades da região oeste do Estado de São Paulo, como Araçatuba, por exemplo, também têm registrado casos desde 1999.

(07/02/07)
 
 

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