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Unidade atende 130 pacientes.

Adolescente em atendimento.Artesanato produzido pelos jovens.Carolina Penazzi.
CENTRO ATENDE CRIANÇAS E JOVENS USUÁRIOS DE ÁLCOOL E OUTRAS DROGAS

Perto de completar oito meses de funcionamento, o Programa Viva Vida do Centro de Atenção Psicossocial em Álcool e Drogas (CAPS-AD), coordenado pela Prefeitura por meio da Secretaria Municipal de Saúde em parceria com as secretarias da Infância e Juventude, Educação e Cultura, Esportes e Lazer, Cidadania e Assistência Social, Fundação Educacional São Carlos (FESC) e Conselho Municipal dos Direitos da Criança e do Adolescente, já atendeu 130 crianças e jovens de 7 a 17 anos, usuários de álcool e outras drogas.

O programa foi implantado pela Prefeitura em junho de 2006 e tem por finalidade prestar atendimento médico, psicológico, psiquiátrico e de assistência social a crianças e jovens, de 7 a 17 anos, usuários de álcool e outras drogas, além de dar apoio aos familiares dos pacientes com vários estágios de dependência visando sua socialização e recuperação. O tratamento é oferecido nas modalidades intensivo (diário), semi-intensivo (algumas vezes por semana) e não intensivo, garantindo que os usuários recebam atenção e acolhimento. Aos intensivos, além do tratamento terapêutico, também são oferecidas refeições.

O atendimento no CAPS-AD, aberto e sem internação, é feito durante o dia, de segunda a sexta, das 8h às 18h. Os pacientes chegam ao programa encaminhados pelas Unidades Básicas de Saúde, por instituições sociais, como o Núcleo de Atendimento Integrado (NAI), o Conselho Tutelar, ou pela procura espontânea da família ou do adolescente através do conhecimento sobre o funcionamento do programa. Chegando ao CAPS-AD, uma enfermeira, psicóloga, assistente social ou terapeuta ocupacional faz a acolhida e escuta imediata do paciente ao centro.

Acolhimento
O primeiro contato é muito importante para adesão do adolescente ao programa e o centro tem buscado, de acordo com as demandas, fugir do agendamento porque pode perder a oportunidade de conquista do paciente, já que a procura pelo atendimento em muitos casos é espontânea. Alguns passam o dia no centro, com tratamento intensivo, com atividades em oficinas de biscuit e bijuteria, vídeos educativos, atividades esportivas, com grupos de orientação.

As oficinas terapêuticas são criadas de acordo com o interesse dos usuários. Hoje são desenvolvidas oficinas de biscuit, reciclagem com jornal, bijuteria, futebol (extra CAPS no Centro Esportivo Dario Placeres Cardoso Júnior – CICA), jogos de tabuleiro e culinária. Já foi identificado também um interesse muito grande na área de música e dança, predominando o estilo hip-hop. O trabalho conta com apoio importante de outras entidades, como o Conselho dos Direitos da Criança e do Adolescente, que cede profissionais como psicóloga e assistente social, material para as oficinas e auxílio dos cursos de capacitação da equipe do centro.

No segundo semestre de 2006, cinco adolescentes foram encaminhados para a Fundação Educacional São Carlos (FESC) para participar de cursos profissionalizantes nas áreas de informática, elétrica, cabeleireiro e manicure. Houve também uma reunião na Delegacia de Ensino que definiu um plano para reinserir alguns adolescentes que estão fora da escola. Os casos são analisados individualmente, porque alguns deles, com idade defasada, precisam ser encaixados na suplência.

Ainda dentro do projeto terapêutico, que tem um contexto específico para cada usuário, é desenvolvido um trabalho com a família: terapia familiar (atendimento individual e/ou em grupo) e reuniões semanais de aconselhamento e orientação com propostas abertas de discussão da temática que envolve o adolescente, além do encontro de família que acontece uma vez por mês.

Adesão
A psicóloga Carolina Tonani Penazzi enfatiza que “graças ao envolvimento e trabalho terapêutico com orientação das famílias, houve uma melhoria na problemática do uso abusivo de drogas pelos adolescentes e uma maior compreensão dos fatores que levam os jovens a entrar nessa situação de risco”. Para a coordenadora geral do CAPS, Erika Hiratuka, a avaliação do trabalho é positiva com boa adesão dos adolescentes ao tratamento. “A maioria apresentou uma evolução clínica satisfatória sendo inseridos inclusive na escola. Os desafios agora serão o trabalho de conscientização nas escolas e a prevenção ao uso de drogas e situações de risco para os adolescentes, buscando apoio na integralização do atendimento com os parceiros do projeto”, disse.

Ionice Augusta de Araujo, avó de um dos adolescentes de 15 anos que faz tratamento no CAPS, explica que o tratamento mudou o comportamento de vida do neto. “Ele melhorou bastante, porque agora ao sair do tratamento vem direto para minha casa. Antes ele ficava dois ou três dias na rua. Hoje ele está até ganhando um dinheiro carregando carteira na delegacia de ensino. Ele faz biscuit, deu para a tia e ainda foi ao Cefam ensinar outras pessoas a fazer, é uma nova pessoa, graças a Deus”, contou.

Os profissionais do CAPS-AD – assistente social, enfermeiro, terapeuta ocupacional, auxiliar de enfermagem, educador social, psicólogo e médicos psiquiatra e clínico – receberam treinamento e aperfeiçoamento com dinâmica teórica interna com apoio e parceria das secretarias municipais de Saúde, da Infância e Juventude e do Conselho Municipal dos Direitos da Criança e do Adolescente através de oficinas de capacitação com palestras de profissionais da área. O CAPS-AD está localizado na rua Major José Inácio, 2.381. Outras informações pelo telefone 3307-8368.

(31/01/07)
 
 

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