» PREFEITURA IMPLANTA MUDANÇAS NO AGENDAMENTO DE CONSULTAS PDF Imprimir E-mail


Paciente passa por pré-atendimento na UBS
da Vila São José.Dagmar Pigato, usuária do sistema:
“Acredito na melhoria do atendimento”.

Novo sistema será expandido para outras
unidades de saúde. No detalhe, fachada da UBS
da Vila São José.Marilda Siriani: “Estamos reordenando as
deficiências do sistema”.
A Prefeitura Municipal de São Carlos, por meio da Secretaria Municipal de Saúde, está implantando e expandindo gradativamente mudanças no sistema de agendamento de consultas e atendimento dos pacientes nas unidades de Saúde da cidade. O novo sistema de atendimento muda a logística interna de atendimento, reservando 50% das ofertas de consultas para retornos e agendamentos de ações programáticas (hipertensão arterial, gestante, diabetes mellitus, puericultura, etc.) e os outros 50% para um acolhimento especializado dos usuários, além de aumentar o número de profissionais da equipe de enfermagem nas Unidades Básicas de Saúde (UBS).

Pelo novo sistema, o paciente que chega à unidade espontaneamente tem um atendimento individual realizado por um profissional enfermeiro, de nível superior, capacitado para fazer uma escuta qualificada do paciente em um ambiente privativo, identificando suas necessidades, realizando procedimentos como aferição de pressão arterial, teste de glicemia capilar e outros autorizados dentro de sua profissão, e a partir daí fazer o encaminhamento mais adequado para resolução dos problemas, quais sejam atendimento no mesmo dia, agendamento de consulta para dias posteriores, encaminhamento para serviços de urgência ou Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (SAMU).

Com os dados levantados nessa primeira abordagem, utilizando o critério de grau de risco e vulnerabilidade, o enfermeiro encaminha a solução do atendimento do paciente definindo como e em que momento ele deve ser atendido. Havendo necessidade, ele compartilha esta decisão com a equipe médica. Vale ressaltar que o diagnóstico e a terapêutica são sempre de responsabilidade do médico.

O objetivo é a humanização da atenção através da garantia de um espaço de escuta e de atendimento do paciente em seu sofrimento, de forma equânime, priorizando as situações de pronto-atendimento e as patologias prevalentes, que são de necessidade de monitoramento contínuo: hipertensão, diabetes, gestação, crescimento e desenvolvimento das crianças. Nestes casos o médico quando atende já marca o retorno e isso é agendado automaticamente.

A mudança no sistema de atendimento das unidades a médio e longo prazo tem a pretensão de diminuir o tempo de espera pela consulta e abrir a agenda dos médicos para os pacientes que precisam de cuidados especiais e sejam acolhidos em seu sofrimento: uma diarréia, uma lombalgia crônica agudizada, enxaqueca, quadros febris, crise hipertensiva, dentre outros.

Retorno garantido – Para a diretora do Departamento de Atenção Básica da Secretaria Municipal de Saúde, Marilda Siriani de Oliveira, o acolhimento está cumprindo um papel de observatório de deficiências no sistema de saúde local. Tem-se observado que pacientes acompanhados por especialistas no Centro Municipal de Especialidades (CEME) são orientados a agendar novamente uma consulta na UBS ou Unidade de Saúde da Família (USF) para conseguir uma guia de encaminhamento para o CEME, procedimento este burocrático que ocupa a vaga de outro paciente com necessidade de atendimento.

“Isso precisa ser reordenado e a prática do acolhimento, do ponto de vista da gestão, aponta as dificuldades que precisam de medidas corretivas no sistema. O paciente precisa, por exemplo, ter a garantia de que vai ter vaga para mostrar um exame de raio-x. Se o exame não for avaliado pelo médico solicitante no prazo oportuno, perde a validade, provocando custo para o sistema e baixa qualidade da atenção”.

Para o secretário municipal de Saúde, Dirceu Barbano, “a implantação do novo sistema é uma forma inteligente de atender as necessidades das pessoas e uma mudança importante, porque em médio prazo deve acabar com a espera das pessoas para realizar consultas”.

Na área de especialidades, ainda de acordo com Barbano, a secretaria está fazendo uma regulação, buscando qualificar ou orientar o clínico geral e o médico da rede básica para que eles encaminhem para o especialista apenas os casos que efetivamente precisam de atendimento especializado.

Paulo César Pellicciari, supervisor da Unidade Básica de Saúde (UBS) da Vila São José, comenta que “a população ainda está começando a compreender a mudança no atendimento, mas os reflexos já são positivos porque nós identificamos as necessidades de saúde do paciente e o encaminhamos para uma solução rápida agendando a consulta com o médico clínico para o mesmo dia ou então para um período maior caso não haja urgência da consulta”.

Rapidez no agendamento – A técnica em laboratório de solos, Vera Luiza Rocha Harsany, ficou surpresa com as mudanças e avaliou: “É a primeira vez que estou sendo atendida individualmente e gostei. Espero que o atendimento seja de fato mais rápido e atenda as nossas necessidades”.

Já a costureira Dagmar Pigato foi levar um exame à unidade e ficou aliviada: “Vai melhorar o atendimento porque não vamos mais ficar aguardando muito tempo na fila. O agendamento antes era feito para três meses, agora está super-rápido. Eu passei pela triagem e entendi que alguns pacientes precisam ser atendidos com maior rapidez e outros podem aguardar um tempo maior”.

Os profissionais de saúde vão continuar sendo capacitados com educação permanente em parceria com a UFSCar dentro da nova lógica de entrevista clínica do enfermeiro com sistematização da assistência de enfermagem.

Anteriormente a organização da agenda de atendimento dos pacientes nas unidades de saúde era feita na recepção da unidade por um funcionário auxiliar administrativo dentro da oferta diária de consultas que existia para cada médico ou especialista. A agenda ficava lotada gerando consultas com fila de espera de até seis meses. Os pacientes com necessidade de atendimento de urgência como febre, dor aguda, enxaqueca, além de não terem espaço para atendimento no mesmo dia tinham que ser encaminhados para as Unidades de Pronto-Atendimento (UPA), superlotando o sistema.

(17/01/07)
 
 

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