» PROJETO PROMOVE INCLUSÃO SOCIAL DE USUÁRIOS DO CAPS
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Uma parceria entre o Centro de Atenção Psicossocial (CAPS) da Prefeitura, o Departamento de Enfermagem, a Unidade Saúde-Escola (USE) e a Incubadora de Cooperativas Populares (INCOOP) da UFSCar está desenvolvendo o “Projeto de Inclusão Social pelo Trabalho”, com 26 usuários do CAPS de São Carlos, na perspectiva da Economia Solidária. O projeto integra ensino, pesquisa e extensão e será realizado em quatro etapas: identificação dos usuários do CAPS, oficina preparatória para o trabalho e geração de renda por meio de experiência coletiva, encaminhamento de usuários para o mercado de trabalho e sistematização do conhecimento gerado.

Espera-se com este projeto avançar no conhecimento, na relação entre os campos de economia solidária e saúde mental, particularmente no que se refere à avaliação e desenvolvimento de habilidades para o trabalho, à estruturação de empreendimentos solidários e à condição que esta oportunidade representa para a inclusão social de usuários de saúde mental. O projeto, iniciado há pouco mais de 30 dias, conta com o apoio da comunidade e o envolvimento de alunos bolsistas e voluntários dos cursos de Enfermagem, Terapia Ocupacional e Psicologia da UFSCar, caracterizando seu caráter interdisciplinar. Ele está desenvolvendo no momento uma Oficina de Reciclagem de Papel com o objetivo de preparar os participantes para o trabalho e geração de renda.

A matéria-prima – papel – é fornecida por gráficas e o material, depois de reciclado, é utilizado na produção de agenda, cartões, marcadores de livros, entre outros produtos que serão vendidos e terão a renda revertida para o projeto. A professora Carmen Lúcia Alves Filizola, enfermeira/docente e coordenadora do projeto, diz que há um princípio básico no projeto: a autonomia como meta. “Ela não pode ser um critério de exclusão, alguns até terão maior autonomia e vão poder se inserir numa cooperativa, e isso será trabalhado dentro de uma dinâmica coletiva. Os que não têm essa autonomia serão preparados e desenvolvidos pelas oficinas”, disse.

O professor do Departamento de Engenharia Civil e membro da coordenação colegiada da Incubadora Regional de Cooperativas Populares, Ioshaqui Shimbo, explica que a entidade participa do projeto pensando nas várias estratégias com o grupo de usuários do CAPS. “Um grupo vai buscar o trabalho autônomo, outros vão procurar o emprego. A incubadora vai se preocupar com o grupo que tem interesse e sensibilização para a organização do trabalho coletivo, autogestionário. Identificado esse grupo, nós vamos escolher a atividade econômica, a possibilidade de comercialização, renda e a formação para o cooperativismo, auto-gestão e para os serviços qualificados da atividade econômica que o grupo escolher”, afirmou.

Iolanda Cristina Barbério, articuladora de Saúde Mental da Prefeitura, enfatiza que o projeto vai efetivar a reabilitação psicossocial dos pacientes que já estão habilitados e em momento de alta clínica. A situação clínica dos pacientes é estável em tratamento não intensivo aguardando saída do CAPS. “A meta do CAPS é diferente de outras unidades de saúde mental como o ambulatório, e tem como meta a reabilitação psicossocial não estando restrita apenas à alta clínica. É o trabalho de inclusão social e é neste sentido que eles são encaminhados para este projeto”, destacou.

Iolanda explica ainda que São Carlos está pleiteando um financiamento junto ao Ministério da Saúde de R$ 10 mil. O projeto, depois de analisado e cadastrado, seria implantado como política do Ministério da Saúde trabalhando a reabilitação psicossocial dos usuários de saúde mental na comunidade. Como o trabalho terá rotatividade de alunos, serão desenvolvidas também iniciativas de conscientização e participação das famílias para que haja seqüência e continuidade da iniciativa.

(29/09/06)

 
 

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