» WORKSHOP DISCUTE A PRODUÇÃO DE ENERGIA RENOVÁVEL PDF Imprimir E-mail

A Feira Internacional de Pecuária, Avicultura, Pesquisa e Tecnologia de São Carlos (Feipecus), promoveu na tarde de sexta, dia 15, o Workshop “Agroenergia: estratégias e ações”. Sob a coordenação da Prefeitura, Embrapa e Petrobras, o evento teve como destaque a palestra do pesquisador norte-americano Stephen W. Fitzpatrick, da Empresa Biofine Renewables LLC (localizada em Boston), que abordou todo o processo de conversão de celulose para combustíveis. Stephen afirmou que essa foi sua primeira visita ao Brasil e que espera, a partir do workshop, fazer contato com investidores brasileiros e atraí-los para a utilização da celulose como combustível e para a realização de parcerias com sua empresa.

Além disso, o evento contou com palestras de Jesus D` Ávila Magalhães, da Secretaria de Gestão e Estratégia da Embrapa, que apresentou um panorama sobre o Plano Nacional de Agroenergia, e de Carlos Nagib Khalil, químico de petróleo da Petrobras. Este falou sobre a nova tecnologia da empresa, o H Bio, que permitirá o uso direto de óleos vegetais na produção de combustíveis, em um sistema de mistura com o petróleo. Também estiveram presentes no evento os secretários municipais Emerson Leal (de Desenvolvimento Sustentável, Ciência e Tecnologia) e Sérgio Dutra (de Agricultura e Abastecimento), o chefe-geral da Embrapa Instrumentação Agropecuária, Álvaro Macedo, e o pesquisador da Embrapa, Ladislau Martin Neto, que foi o mediador do evento.

Ladislau disse que a discussão sobre esse tema é extremamente importante, pois diz respeito a uma energia ambientalmente correta, produzida a partir de materiais existentes em larga escala no Brasil. “Podemos produzir agroenergia a partir de vários materiais, como soja, mamona e babaçu. Para que isso se concretize é necessário logística, investimento, consolidação. Daí a necessidade de discutir o tema”, resumiu.

Agroenergia
A agroenergia deve ter potencial para ser transformada em aplicações práticas (iluminação, bombeamento de água, aquecimento e transporte), como qualquer outra fonte de energia. Dentre as características necessárias para que isso aconteça estão: alta densidade e eficiência energética, custo compatível, portabilidade e garantia de continuidade de fornecimento. Já existem diversas formas de bioenergia que atendem a essas necessidades, como a obtenção de briquetes e carvão vegetal para uso na geração de eletricidade ou para aquecimento, e o etanol como combustível veicular.

Inovações tecnológicas
São visíveis os investimentos efetuados em diversas partes do planeta, visando inovações tecnológicas para o aproveitamento da bioenergia, sendo a produção de etanol um dos exemplos de sucesso. Além desse, podem ser citados: sistemas de gaseificação de biomassa acoplados a turbinas a gás para geração de eletricidade, turbinas de ciclo combinado gás/vapor, tecnologia de aproveitamento de óleos vegetais, como biocombustíveis, extração de metanol de celulose, desenvolvimento de combustíveis, melhoria de processos de produção, colheita, armazenagem, transporte e processamento de biomassa.

Potencial
A agroenergia é uma oportunidade fundamental para projetar o Brasil no mercado internacional e desenvolver o país. Somente em 2005, foram produzidos mais de 17 bilhões de litros de etanol no país, sendo que a projeção é de até o final da década a média anual de produção seja de 30 bilhões de litros. Além do etanol, a utilização de oleaginosas (soja, milho, girassol e canola) como substitutivos para o diesel, que corresponde a 54,5% de consumo no Brasil, aumentam o leque comercial da produção agrícola brasileira. Atualmente, a bioenergia é responsável por cerca de 5 a 10% do agronegócio. Até o final do século, o segmento de energia renovável deverá ser responsável por pelo menos 35% do agronegócio.

Vantagens
Outra questão que tem merecido cada vez mais discussão na mídia refere-se às mudanças climáticas causadas pelo aquecimento global. Segundo pesquisadores, a queima do carbono utilizado como fonte energética de indústrias é uma das principais causas deste fenômeno mundial. Neste contexto, a “energia verde” seria uma alternativa para diminuir consideravelmente os impactos do CO2 no meio ambiente. Outra vertente importante para a discussão do tema é a produção de biomassa como fonte de renda. A utilização de maquinário gera desemprego. No entanto, para a produção de agroenergia é necessário mão-de-obra. Portanto, a elevação da produção de biocombustíveis resultará em geração de empregos.

(19/09/06)
 
 

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