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Projeto educacional preserva patrimônio são-carlense.    Fazenda Santa Maria.Reunião de professores.Profª Neuza Gonçalves Pompéia. PROJETO BUSCA INCLUIR A DEFESA DO PATRIMÔNIA NA GRADE CURRICULAR O projeto “São Carlos de Todos Nós – Educação para a preservação do patrimônio material e imaterial do município” está sendo implantado neste ano pela Prefeitura, integrando esforços da Secretaria Municipal de Educação e Cultura e da Fundação Pró-Memória. Idealizado para oferecer aos alunos da rede municipal de ensino a oportunidade de conhecer melhor a cidade e seus pontos de interesse histórico-cultural e ambiental, o projeto procurou selecionar locais para as visitas que estejam em acordo com os temas educacionais que fazem parte do currículo estabelecido para as diferentes séries escolares. Todas as classes de quarta série, por exemplo, estão visitando a Fazenda Santa Maria, na qual os alunos têm contato direto com um ambiente relacionado à história do café no Estado de São Paulo, tema que faz parte do currículo dessa série escolar. A idéia de implantar um projeto de educação patrimonial na rede municipal de ensino tem como objetivo despertar o interesse dos alunos para os conteúdos didático-pedagógicos a partir de experiências e atividades práticas, relacionando o local em que vivem e o patrimônio cultural e ambiental do município. A Prefeitura desenvolve desde 2001 projetos que utilizam essa metodologia, como a Semana Pró Casa do Pinhal e o História dos Bairros, que em 2005 focou o tema “Conhecer para Preservar”, promovendo ações educacionais voltadas para a preservação patrimonial e levando exposições e ações educacionais às Escolas do Futuro, potencializando assim as bibliotecas como áreas integradas de lazer e conhecimento das comunidades de cada bairro. Nessa ocasião, um curso procurou familiarizar alguns docentes com a temática do patrimônio histórico-cultural, obtendo uma avaliação muito positiva dos professores. Essas experiências foram importantes para a formatação do projeto “São Carlos de Todos Nós”, que pretende inserir a defesa do patrimônio na grade curricular do ensino municipal. O entendimento de que é necessário sensibilizar a juventude para esta temática, estimulando a formação de uma nova geração que se sinta partícipe da história da cidade – o que os educadores chamam de noção de pertencimento – e, portanto, tenha consciência da importância da proteção do patrimônio, uniu para a realização do projeto a Fundação Pró-Memória e a Secretaria Municipal de Educação e Cultura. Iniciado no primeiro semestre letivo deste ano, o projeto já realizou várias visitas a diversos pontos escolhidos, entre os quais estão a Biblioteca Comunitária da Universidade Federal de São Carlos, o Parque Ecológico, o Horto Municipal e as fazendas Santa Maria e Pinhal. Há também um passeio a pé pela área central da cidade, com a observação de vários prédios centenários. Neusa Gonsalves Pomin, professora de quarta série da Escola Municipal de Educação Básica (EMEB) “Carmine Botta”, no bairro Boa Vista II, conta que, antes de visitar com sua classe a Fazenda Santa Maria, exibiu aos alunos uma série de vídeos sobre a araucária, sobre a lenda do primeiro desbravador branco da região e sobre a própria fazenda, como o objetivo de estimular a curiosidade dos alunos. Depois, em classe, ela pediu tarefas de Língua Portuguesa com elementos colhidos na fazenda e houve alguns resultados curiosos em alguns trabalhos de alunos que têm habilidades especiais, como a elaboração de uma história em quadrinhos, a redação de poemas e a produção de uma maquete e de uma pesquisa sobre a mata na área da fazenda. “Senti que os alunos estão aprendendo mais sobre a história da cidade e também a preservar o patrimônio”, afirma Neusa Pomin. Josefa Zanette, professora de terceira série da EMEB Afonso Fioca Vitali, no bairro de Cidade Aracy, acompanhou uma classe à Fazenda Pinhal e comenta que o planejamento do projeto foi muito bom, por levar os docentes a conhecer o local numa visita prévia, permitindo o esclarecimento de suas dúvidas. Antes da visita ela apresentou em classe conteúdos e imagens desde o período de exploração colonial ao Império. Assim, quando os alunos percorreram os cômodos da sede da fazenda, identificaram pinturas e quadros de D. Pedro II e mostraram muita curiosidade sobre o vestuário da época e sobre o café, que foi um dos principais produtos da fazenda. Ela revela que a visita envolveu todos os professores de terceira série da escola na montagem de uma pequena peça teatral, a ser encenada por alunos de duas turmas com a ajuda de alunos de outras classes, incumbidos de produzir os cenários e uma maquete com os principais pontos históricos da cidade. “Se tudo der certo, esperamos que a peça possa ser encenada durante os festejos do próximo aniversário da cidade”, conclui Josefa Zanette. Material de apoio Ao lado das visitas, numa primeira fase, o projeto tem promovido encontros quinzenais com os professores, para ampliar o conhecimento sobre a história de São Carlos e discutir os meios de aproveitar melhor os conteúdos educacionais abordados. Os encontros com os professores das terceiras e quartas séries estão proporcionando ainda subsídios para a elaboração de materiais de apoio didático para alunos e docentes sobre a história são-carlense, desde a presença dos indígenas que viviam nesta região, a passagem dos tropeiros a caminho das minas de ouro de Cuiabá, a concessão das sesmarias, a formação das primeiras fazendas de cana-de-açúcar, gado e café, o início da formação da cidade, a chegada da ferrovia até a consolidação do núcleo urbano. A elaboração dos conteúdos relacionados à história de São Carlos tem a colaboração da diretora vice-presidente da Fundação Pró-Memória, Leila Maria Massarão. A estruturação dos materiais de apoio, com a colaboração da especialista em Educação Patrimonial Luciana Conrado Martins, deverá ser concluída até o final do segundo semestre deste ano, para que sejam usados na rede municipal de ensino já em 2007, ano do Sesquicentenário de São Carlos. (18/09/06) |
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