» ESTIAGEM AUMENTA PROCURA POR CONSULTAS E INALAÇÃO PDF Imprimir E-mail



A estiagem prolongada com tempo seco, associada à queimada e baixa umidade relativa do ar, tem causado problemas respiratórios a crianças e idosos. Apenas nos últimos três meses houve um aumento de 35% no procedimento de inalação e 30% nas consultas realizadas na Unidade de Pronto-Atendimento (UPA) da avenida São Carlos.

Segundo o chefe de Divisão dos Pronto-atendimentos, Francisco Neo, a UPA do centro realizou 15.552 consultas nos últimos 30 dias com 1.614 procedimentos de inalação. Foram realizados também outros 38 mil procedimentos, alguns com ligação direta com doenças respiratórias como aplicação de injeções (15.182), soro (1.099), controle de pressão arterial (3.217), eletrocardiograma (2.27), entre outros, causados por mal súbito decorrentes do forte calor.

O secretário municipal de Saúde, Dirceu Barbano, confirma que a procura por atendimento de pessoas com problemas respiratórios também é maior nas Unidades Básicas de Saúde (UBS). “Isso gerou inclusive um aumento na demanda de consumo por medicamentos realizados nos procedimentos, e a secretaria precisou fazer uma compra emergencial para atender o que excedeu o previsto”.

Barbano recomenda ainda que a população evite colocar fogo em terrenos e busque contornar o problema da baixa umidade do ar. “Umidificar o ambiente através de vaporizadores, toalhas molhadas, recipientes com água e molhamento de jardins. A população deve evitar a prática de atividades físicas entre as 11 e as 16 horas, período em que a temperatura é mais alta e a umidade mais baixa, levando o organismo a consumir mais líquido e podendo provocar desidratação. É necessário que as pessoas se hidratem e protejam a pele da exposição solar, evitando o ressecamento”.

O professor Francisco Vecchia, do Departamento de Hidráulica e Saneamento da Escola de Engenharia da USP de São Carlos, explica que “a estiagem no inverno é uma situação habitual, embora nenhum ano seja igual ao outro. O fenômemo ocorre principalmente pela dificuldade de entrada das massas de ar polares em nossa região. A reversão acentuada da estiagem só deve ocorrer na segunda quinzena de outubro quando passa a predominar o período chuvoso”, afirma o climatólogo.

Alerta
A Defesa Civil, órgão da Prefeitura, já havia alertado a população no final do mês passado sobre a baixa umidade do ar. A entidade faz medição da umidade e também da temperatura da cidade para melhor informar e alertar a população. “Quando a umidade está acima de 50% podemos considerar perfeitas as condições para o bem-estar de todos, mas nos últimos dias, com o calor e a seca que temos enfrentado, a situação está bem complicada”, explicou Danilo de Almeida, chefe da Defesa Civil. Durante este período de estiagem, São Carlos chegou a registrar 10% de umidade relativa, indicado como emergência.

Preocupada com as queimadas, a Prefeitura desenvolve o Programa São Carlos contra o Fogo. “Nós estamos vivendo um clima de deserto, o que agrava os problemas respiratórios. Por isso estão proibidas provisoriamente as queimadas de cana em todo Estado de São Paulo. Pela Prefeitura, nós estamos fiscalizando qualquer tipo de queimada urbana e o proprietário de um terreno pode ser denunciado e até multado”, esclarece Paulo Mancini, diretor de Política Ambiental da Secretaria de Desenvolvimento Sustentável, Ciência e Tecnologia.

O Serviço Autônomo de Água e Esgoto (SAAE) também orienta a população para controlar o consumo e evitar o desperdício de água para que não ocorram medidas de racionamento. A produção de água, segundo a autarquia, permaneceu estável nos últimos três meses oscilando entre 2,791 milhões de metros cúbicos no mês de maio para 2,322 milhões no mês de julho, mas o consumo, entretanto, aumentou em 20%.

(17/08/06)
 
 

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