» VIGILÂNCIA EPIDEMIOLÓGICA ORIENTA SOBRE A RAIVA HUMANA |
O que fazer quando uma pessoa for mordida por um animal, mesmo no caso de ele estar vacinado contra a raiva? A resposta a esta pergunta, as orientações sobre o atendimento anti-rábico e a profilaxia (vacinação preventiva) contra a raiva humana são funções da Vigilância Epidemiológica, órgão da Prefeitura, que como o próprio nome diz faz vigilância com promoção de educação em saúde. Entre os principais animais agressores que transmitem a raiva estão o morcego, o cão ou gato, os animais silvestres como a raposa e o macaco, os camundongos, coelhos, hamsters e outros roedores urbanos e outros animais domésticos como boi, cavalo, porcos, cabritos etc. A transmissão da doença para as pessoas ocorre quando o vírus da raiva existente na saliva do animal infectado penetra no organismo, através da pele ou mucosas, por mordedura, arranhadura ou lambedura, mesmo não existindo necessariamente agressão. A prevenção à raiva humana, de acordo com a coordenadora da Vigilância Epidemiológica, Edel Zóia, “começa desde a vacinação preventiva dos cães e gatos anualmente até quando há exposição a algum mamífero potencialmente transmissor da doença. As pessoas que forem mordidas por animais agressores devem procurar imediatamente o atendimento médico. Em São Carlos, este atendimento é feito exclusivamente na Vigilância Epidemiológica”. As médicas sanitaristas da Vigilância farão um atendimento de análise médica verificando o risco da exposição, a extensão e a localização do ferimento, para prescrever de forma adequada o tratamento, quando necessário, ou a orientação nos casos em que não houver a necessidade de aplicação de vacina anti-rábica humana. Em princípio, é preciso lembrar à população que duas tradições populares são mitos: a de que agosto é mês de cachorro louco e a necessidade de aplicação de várias injeções em volta do umbigo em caso de mordida. O primeiro foi criado fundamentalmente com associação ao cio do animal (os ciclos podem ser monoestrais, uma vez por ano, ou poliestrais, duas ou mais vezes por ano) e a proximidade das campanhas de vacinação, normalmente feita nos meses de agosto e setembro. O segundo também é inverídico porque, nos casos em que houver necessidade, há a aplicação de vacina intramuscular e não na região do umbigo, com uma totalidade máxima de cinco doses. A Vigilância Epidemiológica orienta ainda que não é preciso matar o animal, e sim deixá-lo em observação durante 10 dias, para que se possa identificar qualquer sinal indicativo da raiva. O animal deverá receber água e alimentação normalmente, num local seguro, para que não possa fugir ou atacar outras pessoas ou animais. Sintomas no animal Entre os sintomas que costumam ocorrer em animais com raiva estão: a dificuldade para engolir, salivação abundante, mudança de comportamento, de hábitos alimentares, paralisia das patas traseiras. Nos cães, o latido torna-se diferente do normal, parecendo um “uivo rouco”, e os morcegos, com a mudança de hábito, podem ser encontrados durante o dia, em hora e locais não habituais. O animal torna-se mais agressivo, atacando o próprio dono. A duração da doença é de 1 a 11 dias. O animal morre por convulsões e paralisia. A Vigilância Epidemiológica efetua a vacinação de cães e gatos, pelo menos uma vez ao ano, enviando, periodicamente, material para exames no Instituto Pasteur, para diagnóstico de raiva. No ano passado, numa das amostras, segundo Edel, foi encontrado um morcego portador do vírus da raiva. “Isso já nos alerta que o vírus está nossa região. Na semana passada foi diagnosticado um animal numa fazenda no município de São Carlos com raiva, e o grande perigo é exatamente este, a raiva está nos animais próximos do ser humano”, alerta. Programas como a posse responsável, castração de cães e gatos e as campanhas anuais de vacinação, incluindo os animais de grande porte, associadas a outras ações da Prefeitura, contribuíram para uma redução no atendimento anti-rábico humano, já que os animais ficam perto do homem, mas com cuidados especiais. *Pré-exposição: atendimento preventivo em funcionários do Canil, Parque Ecológico e tratadores de animais. (02/08/06) |