» ATENDIMENTO ESPECIALIZADO PARA GESTANTES E BEBÊS DE ALTO RISCO PDF Imprimir E-mail

Giovana, em consulta com a fisioterapeuta Marta Canotilho.
Vaneide Tenório realiza exame de cardiotocografia. Com o objetivo de assegurar um atendimento hospitalar especializado, reduzindo o índice de morbimortalidade materna e neonatal, a Prefeitura, por meio da Secretaria Municipal de Saúde, em parceria com a Santa Casa e a Maternidade Dona Maria Cintra Silva, desenvolve dois tipos de atendimentos para pacientes do Sistema Único de Saúde (SUS): o Ambulatório de Cuidados Especiais em Gestação e o Serviço de Acompanhamento e Intervenção Neonatal Precoce em Bebês de Alto Risco (SAIBE).

Pela parceria, a Secretaria Municipal de Saúde cede os profissionais (médicos da rede com especialização em alto risco) e as consultas de especialidades via Centro Municipal de Especialidades (CEME), enquanto a Santa Casa fornece espaço físico, laboratório, equipamentos, exames como cardiotocografia, ultra-sonografia, entre outros, além de arcar com os custos de material. Localizado na Santa Casa, o Ambulatório de Cuidados Especiais em Gestação está em funcionamento desde novembro de 2000, sendo referência para o atendimento no acompanhamento pré-natal das gestantes de alto risco até o nascimento do bebê.

As gestantes de alto risco são identificadas nas Unidades Básicas de Saúde (UBS) e por meio de um protocolo referenciado pelo médico do pré-natal, que mostra se a gravidez está fugindo da normalidade, são encaminhadas para o Ambulatório de Alto Risco, onde passam por uma série de exames, como a cardiotocografia a partir de 30 semanas de gestação para avaliação da vitalidade fetal e função placentária. A gestante tem acompanhamento rigoroso por uma enfermeira, um obstetra ou um especialista da patologia identificada até o final da gravidez.

Cerca de dez dias após o parto, a mãe volta ao ambulatório com o bebê, e o atendimento se prolonga por 42 dias para orientações e indicações de métodos contraceptivos. A gestante Vaneide Antonio Tenório, que tem uma história de trabalho de parto prematuro nas gestações anteriores por rompimento precoce da bolsa, já está com 36 semanas de gestação e desta vez muito feliz porque tudo vai indo bem, tanto com ela quanto com o bebê. Ela enfatiza “que o acompanhamento especializado da gravidez, além de preservar a vida da mãe, garante que haverá o nascimento da criança, já que em alguns casos pode ocorrer até o parto prematuro causado por complicações, que diminuem com o tratamento adequado”.

É considerada gestação de alto risco aquela em que a saúde da mãe e/ou do feto ou recém-nascido tem maiores chances de ser atingida que as da média da população considerada. Entre as principais patologias das gestantes de alto risco estão: anemia, diabetes, hipertensão, aids, problemas neurológicos e, principalmente, idade avançada. Já o SAIBE, que atende em média seis crianças por dia, fecha o ciclo recebendo e atendendo os bebês de alto risco (prematuro, baixa nota de apgar ao nascer) de São Carlos e mais seis cidades da região, logo após receberem alta da Unidade de Tratamento Intensivo (UTI) neonatal ou do berçário intermediário (semi-intensivo) da Santa Casa de São Carlos.

O bebê recebe atendimento até os dois anos de idade com exames (ultra-som, raio-x, tomografia), acompanhamento de pediatra, neonatologista, fisioterapeuta (voluntária, com intervenção para ver se existe atraso motor), fonoaudióloga (voluntária, com teste do ouvido), oftalmologista e neuropediatra (voluntárias). O serviço é montado de acordo com a necessidade do recém-nascido ao sair da UTI. Após a internação na UTI, a mãe do bebê que ficou muitos dias entubado, que nasceu com baixo peso ou teve alguma infecção já recebe a orientação de que seu filho terá um atendimento especializado no SAIBE como prevenção.

A fisioterapeuta Marta Canotilho diz que esse trabalho é necessário porque “os bebês de risco têm uma grande probabilidade de desenvolver atraso motor, e essas alterações patológicas necessitam de atendimento o mais precoce possível. O trabalho de acompanhamento desde a alta da UTI é importante para a intervenção nas crianças. O neném recebe um acompanhamento adequado por uma equipe multiprofissional onde qualquer risco detectado tanto clínico quanto de desenvolvimento é possível ser tratado para evitar danos maiores para reduzir a mortalidade e morbidade (doença que poderia ser evitada) como a hidrocefalia por exemplo”.

Redução da mortalidade infantil
A mortalidade infantil em São Carlos diminuiu 9,1% segundo a última divulgação da Fundação Sistema Estadual de Análise de Dados (SEADE). O índice de crianças mortas de até um ano de idade por grupo de mil nascidas vivas passou de 10,66 casos em 2004 para 9,71 no ano passado. Esse índice serve para se diagnosticar a qualidade dos serviços de saúde no âmbito municipal, estadual e nacional, e mostra as condições de saúde oferecidas pelo município. Em 1999, o índice era de 13,35, em 2000, de 10,73, em 2001, de 8,04, em 2002, de 5,76, e em 2003, de 6,65.

A Organização Mundial da Saúde (OMS) estabeleceu o índice de 10 mortes a cada mil nascimentos como número aceitável. Acima disso é necessário que se faça uma rediscussão das políticas públicas na área de Saúde. Para o secretário municipal de Saúde, Dirceu Barbano, a queda da mortalidade infantil na cidade é o resultado de uma política de saúde adotada desde 2001 que vem atuando para diminuir cada vez mais esse índice. “Há uma série de ações que são desencadeadas desde o nível da atenção básica, com as equipes do PSF, passando pelo atendimento pré-natal que é feito nessas unidades, e também o serviço de parto de alto risco”.

A assistência pré-natal em São Carlos é referenciada com o investimento permanente nos profissionais de Saúde desde enfermeiros até os obstetras da rede municipal de saúde “O nosso pré-natal é de alto nível com protocolo médico que seguem rigorosamente a rotina dos exames laboratoriais e rotinas clinicas”, afirma Blaranis Pauleto Ferrari, diretora de especialidades. Uma equipe multiprofissional define inclusive qual é o melhor tipo de parto a ser feito na paciente.

Esse acompanhamento médico das mulheres desde o nascimento até sua idade reprodutiva possibilita o controle de problemas de saúde que possam afetar uma possível gravidez. “Quando o médico tem o histórico de saúde de uma gestante que tenha hipertensão, diabetes ou Aids, ele pode encaminhá-la para o ambulatório de alto risco da Santa Casa que vai tratar e orientar a gestante durante toda a sua gravidez”, esclarece Blaranis.

(07/07/06)
 
 

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