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Gonzalo Vecina.

Nos dias 8 e 9, na Unidade Saúde-Escola (USE) da Universidade Federal de São Carlos (UFSCar), foi realizada a oficina “Construindo a Rede Escola de Cuidado à Saúde”, com o objetivo de planejar diretrizes de investimentos na assistência à saúde e promover a inserção gradual da Universidade nas atividades da rede municipal, em que os alunos do Curso de Medicina desenvolverão suas atividades práticas de ensino. Entre os grupos estão os alunos da graduação, da especialização em saúde da família, das residências médicas e multiprofissional e também das estruturas existentes na Universidade, que de alguma forma já prestam serviço para o sistema público de saúde municipal.

A oficina reuniu coordenadores de curso, convidados, facilitadores, chefes de departamento e a diretoria do Centro de Ciências Biológicas e da Saúde (CCBS) pelo lado da UFSCar, e representando a Prefeitura, o secretário municipal de Saúde, Dirceu Barbano, a coordenadora da Escola Municipal de Governo (EMG), Elisete Pedrazzani, médicos, diretores das atenções básicas, especialidade e hospitalar, administradores regionais e chefes de divisão.

A metodologia da oficina foi concentrada no processo interativo de construção e pactuação de propostas a partir de discussões democráticas. Os participantes foram divididos em três grupos: Rede Escola de Modelagem, Modelo de Atenção à Saúde e Gestão da Rede. Ficaram definidos diversos objetivos, ações, desdobramentos e prazos para metas que serão cumpridas pelos representantes de cada grupo. O professor da UFSCar Roberto de Queirós Padilha, um dos autores do projeto do Curso de Medicina, ressalta que o planejamento conjunto de ações da Saúde evita desperdícios de recursos e visões diferentes sobre a assistência do sistema de saúde.

“Nós temos a chance de montar, criar e desenhar um sistema muito mais efetivo para a população. Não temos que inventar a roda, existem profissionais que acumularam muita experiência por vários anos no Sistema Único de Saúde (SUS) e poderão nos ajudar a montar um modelo de gestão sem incorrer em erros que já foram feitos durante a construção do sistema em outras localidades”, destacou o professor.

Gonzalo Vecina, que já foi presidente da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) e secretário de Saúde do governo da ex-prefeita Marta Suplicy, foi um dos convidados especiais da oficina. Ele enfatiza o encontro entre os parceiros da academia e do serviço público. “As oficinas constroem o acerto de arestas e, em São Carlos nós temos uma vantagem, aqui todos estão no mesmo time, jogando do mesmo lado e tudo fica mais fácil quando planejado por meio da arte do encontro, este é o caminho”, destacou.

O secretário municipal de Saúde destaca que as oficinas de trabalho são importantes para consolidar o modelo de assistência que está sendo implantado no município ao longo do tempo, e que privilegia o olhar global sobre a saúde das pessoas compreendendo, principalmente, a importância do atendimento básico de saúde. Barbano informa que cerca de 40 alunos do curso de medicina, acompanhados de docentes da UFSCar, já estão no serviço municipal de saúde trabalhando com os médicos escolhidos como preceptores. “O aluno está vivendo a realidade da comunidade”, observa.

Barbano explicou que cada aluno vai acompanhar 10 famílias. “Eles estão acompanhando o trabalho de seis das 10 equipes do Programa de Saúde da Família (PSF) existentes no município, sempre acompanhado dos profissionais de saúde com abordagem de reconhecimento dos problemas de saúde mais freqüentes”. Por fim, o secretário salienta que a intervenção junto aos pacientes é de responsabilidade da equipe de saúde. “Essa será a grande mudança de concepção, o médico vai compreender muito mais a saúde das pessoas do que o médico que se forma voltado para o seu consultório particular”.

(13/06/06)
 
 

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