» MINISTÉRIO DA SAÚDE FAZ CAMPANHA PELO PARTO HUMANIZADO
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Érika Porto, mãe do Pedro Henrique, fez
parto normal.Tamires de Oliveira, mãe da Ingrid, optou
pela cesariana.Bebê logo depois do nascimento.
Incentivar o parto normal entre as mulheres e diminuir o número de cesáreas realizadas no país é o objetivo do Ministério da Saúde na campanha nacional pelo parto humanizado, lançada na terça, dia 30. Esse trabalho de conscientização é voltado principalmente para as mulheres grávidas e profissionais de serviços de saúde das redes públicas e hospitais particulares que atendem gestantes e fazem partos. A medida faz parte das ações de melhoria da qualidade de atendimento de mulheres no Sistema Único de Saúde (SUS).

Em São Carlos, no ano passado, os partos normais realizados pelo SUS somaram 825 contra 909 cesáreas. Nos demais convênios foram realizados 107 partos normais e 1.038 cesáreas. Neste ano, de janeiro a abril, os números são os seguintes: normal/SUS, 218 e cesáreas, 310. Já pelos demais convênios: 108 normais e 299 cesáreas. Dados de 2004 do Sistema de Nascidos Vivos (Sisnasc), do Ministério da Saúde, apontam que dos 2,3 milhões de partos realizados anualmente no país 41,8% são cesáreas.

A Organização Mundial de Saúde (OMS) recomenda que do total de partos realizados o índice de cesáreas seja de até 15%, o que faz do Brasil um recordista em partos cirúrgicos. Para a gineco-obstetra Carla Andreucci Polido, membro do Programa de Saúde da Mulher de São Carlos, várias ações do Ministério contribuem para a escolha pelo parto normal, mas na Maternidade de São Carlos uma delas já está implantada desde abril deste ano: a medida que permite a presença de acompanhante durante o trabalho de parto para a gestante do SUS.

Diferença entre os partos

Gineco-obstetra Carla Andreucci Polido.De acordo com Carla Polido, no parto normal ou vaginal a recuperação da paciente é excelente. Ela sai da sala de parto andando, se quiser, e mesmo sob efeito da anestesia, não tem nenhuma limitação física. Já na cesárea, há o corte de sete camadas numa região em que limita muito a atividade física pós-parto, dificultando o processo de cuidar do recém-nascido, como levantar várias vezes para dar banho e trocar o bebê.

Fora isso, as complicações pós-operatórias são maiores na cesárea, e as taxas de sangramento e hemorragia durante e após o parto são maiores. A chance de a mulher perder um útero por causa de um parto normal é 10 vezes menor do que na cesariana.

“É preciso haver uma conscientização, um meio termo entre a vontade das pacientes e dos médicos. A remuneração médica é uma coisa bem complicada, em que o médico escolhe fazer a cesárea porque em 40 minutos ele pode estar no outro emprego, e no parto normal muitas vezes ele precisa acompanhar durante oito ou dez horas. Isso também é uma medida importante que o Ministério está assumindo, criando profissionais habilitados tanto legalmente como na prática para acompanhar a gestante no trabalho e durante o parto”.

A estudante Érika Porto, mãe do Pedro Henrique, optou pelo parto normal porque “apesar de doer um pouco não teve complicações e nem precisa de recuperação pós-cirurgia”. Já Tamires Rogante de Oliveira, mãe da Ingrid, optou pela cesariana por problemas de saúde. “Eu quebrei minha bacia e, em função dos pinos que tive que colocar, não poderia fazer esforço físico, mas não doeu absolutamente nada, foi tudo muito tranqüilo”.

Campanha
O Ministério da Saúde pretende distribuir às mulheres grávidas, tanto na rede pública de saúde quanto nos consultórios, 90 mil cartazes e 3 milhões de panfletos com informações sobre os benefícios que o parto normal proporciona às mulheres. Trata-se de mais uma medida de qualificação do atendimento de mulheres no Sistema Único de Saúde (SUS). O direito da mulher em trabalho de parto e pós-parto à acompanhante na rede SUS, recentemente garantido em lei e regulamentado pelo Ministério, também será abordado pela campanha.

Foi lançada também a Agenda da Mulher, que será distribuída em todo o país para a população feminina com mais de 10 anos de idade. Nela constam informações sobre os cuidados com a saúde, que vai contar ainda com o espaço sobre o registro de dados sobre assistência médica. A agenda é de graça e pode ser retirada nas unidades de saúde. Na Agenda da Mulher irão constar informações acerca de cuidados com a saúde e serão registrados dados da assistência integral prestada à saúde de sua portadora.

O Ministério da Saúde divulgou ainda os Serviços de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) que estão sendo preparados para o atendimento da gestante e da parturiente; o lançamento do Programa Saúde e Prevenção nas Escolas com cobertura para todos os 425 municípios com política de incentivo em Doenças Sexualmente Transmissíveis e Aids; o incremento da utilização do AZT injetável no momento do parto, de 34,8% das gestantes portadoras de HIV estimadas, em 2002, para 55,84%, em 2005; a distribuição dos testes rápidos para diagnóstico do HIV em 1.142 maternidades para uso em triagem de parturientes não testadas durante o pré-natal.

A divulgação inclui ainda a expansão dos Programas de Saúde da Família e agentes comunitários de saúde; a ampliação de 2.879 novos leitos de UTI na rede do SUS, o que ultrapassou a meta de redução em um terço do déficit na área; a normatização da atenção humanizada ao abortamento; a capacitação de parteiras quilombolas e indígenas; e a implantação de 31 comitês regionais de morte materna, de 361 comitês municipais e de 56 hospitalares.

(31/05/06)
Atualizada em 20/06/06
 
 

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