» NOVOS RELATOS DA HISTÓRIA AFRO-BRASILEIRA SÃO APRESENTADOS EM OFICINAS
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Oficina com o professor Álvaro Rizzoli.
Apresentação de maculelê na abertura da Semana. Desde segunda, dia 15, professores da rede municipal de educação, monitores e agentes culturais estão participando de oficinas na Estação Cultura, como parte da programação da Semana Pró Casa do Pinhal. Como o tema da Semana é “Cultura e História Afro-brasileira – Contribuição da população negra em São Carlos”, as oficinas tiveram como temáticas “Escravidão em São Carlos: história e historiografia”, “Políticas de Identidade e Ensino de História: as representações do negro no discurso didático” e “A Presença Negra Africana em São Paulo: o registro dessa experiência nas fazendas do interior paulista”.

Segundo Regina Conceição, assessora de Educação Étnico-Racial da Secretaria Municipal de Educação e Cultura, o principal objetivo das oficinas é alertar os professores sobre a posição da comunidade negra que não aparece nos livros de história. “O que nós queremos é provocar os professores para que eles reflitam sobre a participação do negro, do índio na história. E que para trabalhar esses temas em sala de aula não devemos esperar pelas datas específicas”.

E foram várias as informações passadas nas oficinas que não são de domínio público. Entre elas estão as fornecidas pelo prof. Álvaro Rizzoli, que foram levantadas em trabalho realizado por ele junto a documentos do cartório jurídico. Sobre a Lei do Sexagenário, que dava a alforria aos negros com mais de 60 anos, os documentos mostram que antes de ser libertado o negro era obrigado a trabalhar mais três anos “para compensar os gastos do senhor”.

A Lei do Ventre Livre, que tornava livre todas as crianças negras nascidas a partir daquela data, na prática fazia com que a criança continuasse como posse do senhor até completar 8 anos. Com essa idade, o seu dono deveria ir até o Cartório de Órfãos e declarar seu interesse ou não pela criança negra. Querendo continuar com ela, o menino ou menina continuaria como escravo até completar 18 anos para só depois ser livre. Caso contrário era levado para o hospício, como eram chamados os orfanatos.

Outras descobertas relatadas foram a de que no registro de nascimento de negros só constava o nome da mãe, nunca o do pai. Assim não era oficializada a existência de uma família, dando ao dono de escravos o direito de vendê-los, homem, mulher e crianças, separadamente. “Não existe receita pronta para fazer uma história diferente. É preciso buscar as informações para que possamos contar, na sala de aula, uma história completa, com todos, sem omissões, sem conveniências”, concluiu Regina.

(19/05/06)
 
 

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