» FUNCIONÁRIOS DO CEMITÉRIO RECEBEM TREINAMENTO PARA USAR BASE DE DADOS PDF Imprimir E-mail

Será iniciado na próxima quinta-feira, dia 23, pela manhã, ministrado pela Fundação Pró-Memória de São Carlos, o treinamento de funcionários do Cemitério Municipal Nossa Senhora do Carmo e da Secretaria Municipal de Obras e Serviços Públicos para a utilização da base de dados resultante da informatização dos registros de óbitos são-carlenses.

A informação é da diretora presidente da Fundação, Ana Lúcia Cerávolo, lembrando que essa base de dados é produto do esforço, ao longo de seis meses, de duas equipes de três digitadores cada, em turnos de seis horas de trabalho, que fizeram mais de 62 mil entradas no banco de dados, construindo um valioso acervo digital que permite recuperar as informações com extrema rapidez.

Ana Lúcia Cerávolo ressalta que a informatização melhorará a organização dos serviços oferecidos pela Prefeitura Municipal e principalmente o atendimento ao público que é feito nos próprios cemitérios e, além disso, beneficiará os consulentes que fazem pesquisas no Arquivo Público e Histórico da Cidade, que poderão verificar com facilidade, a partir apenas do nome do falecido, qual foi a data do óbito e onde foi realizado o sepultamento.

Ela diz ainda que “a informatização dos registros de óbitos é um trabalho extremamente importante, que tem como objetivo melhorar o acesso dos cidadãos são-carlenses à informação, dando mais transparência e agilidade à administração pública municipal”.

A coordenadora do Arquivo Público e Histórico da Cidade, Juliana Geraldi, acrescenta que a Fundação Pró-Memória já possuía uma base de dados com informações sobre os óbitos ocorridos na cidade de São Carlos entre 1896 e 1925 e, agora, conta também com os dados referentes aos sepultamentos realizados nos cemitérios Nossa Senhora do Carmo (de 1º de janeiro de 1926 a 31 de agosto de 2004) e Santo Antônio de Pádua (21 de junho de 1964 a 23 de janeiro de 2005).

Ela explica que o treinamento será ministrado pela técnica em documentação da Fundação, Marisa Pereira Nunes Tinta, que apresentará a base de dados, mostrando como são feitos o acesso, a pesquisa e a inserção de novos registros. Esta primeira etapa do treinamento terá a colaboração do especialista em informática José de Carvalho Assumpção Neto, que orientou a estruturação do banco de dados.

PALESTRA – Também no dia 23, quinta-feira, às 14h30, no auditório da Fundação Pró-Memória (Praça Antônio Prado, s/n – prédio da Estação Cultura - antiga Estação Ferroviária), com entrada franca a todos os interessados, será realizada palestra enfocando o uso de cemitérios como instrumentos de pesquisa.

A palestra será ministrada pelo doutorando em Engenharia de Produção pela Universidade Federal de São Carlos, Elio Moroni Filho, com base no artigo “Artefatos funerários como fontes para a história de ofícios urbanos artesanais”, elaborado com a participação do professor Oswaldo Mário Serra Truzzi, orientador de seu doutorado.

A partir de um tema específico – o ofício de marmorista – o palestrante abordará o esforço do historiador para contornar os obstáculos impostos pela ausência de fontes documentais e do testemunho direto dos trabalhadores de antigas marmorarias locais, pois muito pouco resta da história e da memória dos marmoristas que trabalharam e viveram na cidade de São Carlos durante o período 1890-1950.

Utilizando uma noção ampliada de documento, o palestrante – que também é pesquisador – mostrará como contornou o problema da carência de fontes documentais e orais primárias, transformando, em documentos, “objetos originalmente portadores de posições e estatutos sociais diferentes: os artefatos funerários do cemitério Nossa Senhora do Carmo”.

Ele afirma que, “como fontes alternativas de pesquisa, os artefatos funerários corporificam a cultura material dos marmoristas, auxiliando a reconstituição do processo de trabalho nas antigas marmorarias locais”, argumentando que, “de modo mais geral, o cemitério passa a ser visto da perspectiva de um rico sítio arqueológico urbano, abrigando diferentes objetos, como artefatos de pedra, artefatos de metal e fotografias, que contam a história da cidade e de seus habitantes”.

(17/03/06)
 
 

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