| » SÃO CARLOS VAI SEDIAR CAMPEONATOS DE KENDO NO FIM DE SEMANA |
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  A Confederação Brasileira de Kendo, com o apoio da Prefeitura, vai realizar neste sábado e domingo, dias 4 e 5, em São Carlos, no ginásio de esportes da Universidade de São Paulo (USP), o I Campeonato Brasileiro e o XXIV Campeonato Brasileiro Mirim e Infanto-Juvenil de Kendo. O Campeonato Universitário vai reunir 114 atletas de 40 instituições de ensino superior de 9 estados (Pernambuco, Mato Grosso do Sul, Minas Gerais, Rio de Janeiro, São Paulo, Paraná, Santa Catarina, Rio Grande do Sul e Brasília) e do Distrito Federal. Foram inscritas 15 equipes, sendo quatro de São Carlos (uma da UFSCar e três da USP). Nas categorias Mirim e Infanto-Juvenil, participarão 113 atletas de 14 academias (12 academias de São Paulo, uma de Santa Catarina e uma do Distrito Federal). A realização do campeonato foi acertada em 2005, quando o presidente e o diretor cultural da Confederação Brasileira de Kendo (CBK), Ciutoco Kogima e Yashiro Yamamoto, estiveram reunidos com o secretário municipal de Esportes e Lazer, Edson Ferraz, e os diretores de Lazer e Esportes Comunitários, Pedro de Góes Sobrinho, e de Esportes de Rendimento, Geraldo Costa Dias Júnior. Segundo Yashiro Yamamoto, não é por acaso que o I Campeonato Brasileiro Universitário será realizado em São Carlos. Ele relata que o fato de a cidade ter forte vocação acadêmica, com a presença da USP e a UFSCar, foi fundamental para a realização do evento. Ele explica que São Carlos é uma das cidades com o maior número de praticantes do Kendo, tanto que quatro equipes estarão participando da competição. “Tivemos um apoio muito grande da Prefeitura, em especial do prefeito Newton Lima, que desde o início nos incentivou e colocou à disposição a estrutura da cidade para a realização do campeonato que acontece neste final de semana”, concluiu. Programação Sábado – dia 4: Campeonato Brasileiro Universitário de Kendo 8h – Solenidade de Abertura 8h30 – Apresentação de Kendo-Kata Vitor Zen Tachibana (4º Dan) e Paulo Gilberto Bertoni (3º Dan) 8h45 – Início das competições individuais e por equipes 12h – Premiação do Campeonato Universitário 12h15 – Almoço 13h – Seminário Kendo-Kata 14h – Exames de Graduação (Kyu e Dan) 18h30 – Encerramento 19h30 – Reunião/jantar da CBK com representantes das academias/associações de Kendô Domingo – 5/2: Campeonato Brasileiro Mirim e Infanto-Juvenil de Kendo 8h – Solenidade de Abertura 8h30 – Apresentação de Kendo-Kata 9h – Competição Individual 12h – Almoço 13h – Palestra de Kendo-Kata com o Sensei Paulo Hayashi (7º Dan) 13h40 – Apresentação de Iai-do 14h – Apresentação de Jô-do com o Sensei Toshinobu Endo e seu aluno Luis Carlos Guimarães 14h15 – Competição por equipes 16h – Encerramento Histórico do Kendo A origem do Kendo encontra-se nos primórdios da civilização japonesa, antes mesmo da Idade do Ferro, segundo atestam os documentos mais antigos da história do Japão, o Kojiki e Nirinsho, apesar de mencionados com nomes e formas diferentes. O Kendo derivou-se do Kenjutsu, técnica ou tática de luta com a espada: arte dos samurais. Do século X ao século XIII, época Kamio, o Japão passou por grandes transformações políticas, sociais e econômicas que deram lugar para a ascensão de uma ordem feudal sob o domínio das classes sociais de guerreiros, samurais ou bushi, pelo Budismo e pelo Confucionismo. O Budismo visava à perfeição espiritual através da meditação, enquanto o Confucionismo baseava-se em inúmeros preceitos morais e éticos. Estas doutrinas geraram nos samurais um código moral e ético, mais tarde conhecido como bushido (caminho do guerreiro), semelhante ao código de honra dos cavaleiros da Europa Medieval. No período Tokugawa (1603-1867), cessaram-se as batalhas entre os feudos. Com o Japão sendo unificado, a classe social dos samurais ficou sem seu sentido prático, porém a preocupação com a decadência moral e espiritual fez com que a arte dos samurais continuasse sendo praticada, pelos princípios morais e filosóficos que o Kendo imbuía nos praticantes: nascia então o Kendo esporte (começo da Era Meiji). Nas Eras Hooseki e Miyowa (1751-1771), foram introduzidas as proteções para a cabeça, tórax e antebraço e a espada passou a ser de bambu. Assim, com esse material e a espada-shinai de bambu, o Kendo continuou a ser praticado. A espada real ou de madeira passou a ser utilizada somente no Kendo Kata, uma série de dez movimentos básicos levando em consideração toda a teoria que rege a prática da esgrima japonesa. O Kendo foi unificado em 1912 para um único estilo, pois antes existiam mais de duzentos estilos diferentes. Nos documentos da Federação Japonesa de Kendo, está contida toda a filosofia do Kendo. O aspecto mais importante do processo de treinamento do Kendo é a atitude mental assumida que, para ser entendida, faz-se necessário compreender o espírito que sempre envolveu a espada (Katana). Esta não é apenas uma lâmina bela e eficiente, deve ser usada somente em proteção do indivíduo ou da nação, nunca com intenções criminosas ou vantagens individuais. O Katana, de acordo com o mestre Toranosuke Shimada, é o espírito do indivíduo. Se o espírito não for correto a espada também não o será. Quem deseja dominar a espada terá primeiro que dominar o seu espírito, tal como os antigos samurais. Com este pensamento filosófico, conclui-se que o Kendo (KEN=espada e DO=caminho) não é meramente um esporte no qual se compete pela marcação de pontos conseguidos tocando-se o adversário com a espada de bambu (shinai). O mais importante é o desenvolvimento espiritual. (02/02/06) |
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