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O secretário municipal de Transporte, Trânsito e Vias Públicas, Ricardo Meirelles, participou nesta sexta, dia 20, de uma audiência pública na Câmara Municipal solicitada pelo vereador Lineu Navarro, que tratou sobre o Sistema Integrado de Transporte de São Carlos (SiTrans). Meirelles, que esteve acompanhado do secretário de Governo, João Muller, apresentou aos vereadores uma série de informações relativas ao novo sistema de transporte, cujos estudos foram iniciados pela Prefeitura em 2001, através de uma parceria com a USP.

O SiTrans foi aprovado pela Câmara Municipal em junho de 2002 por meio da Lei Municipal n° 13.033/02, que também regulamentou a gestão e a fiscalização do sistema. O contrato com a vencedora do processo de licitação, a Athenas Paulista, aconteceu em fevereiro de 2004 e o início da operação ocorreu em maio do mesmo ano. Um dos fatores importantes do novo contrato de concessão do transporte coletivo de São Carlos é que a Prefeitura passou a gerenciar o sistema, algo que não ocorria com os contratos anteriores. A partir de então a Prefeitura tem autonomia, por exemplo, para criar novas linhas.

A primeira etapa do sistema consistiu na implantação do BIS – Bilhete Integrado de São Carlos, antiga reivindicação da população que possibilita aos usuários a integração nas viagens, possibilitando o deslocamento para qualquer ponto da cidade pagando apenas uma passagem. Com o novo sistema implantado, a Prefeitura, com recursos da outorga paga pela empresa, construiu a primeira estação de integração e instalou novos abrigos na região central da cidade e em diversos bairros. A Estação de Integração Norte foi construída ao lado da Estação Rodoviária. Está prevista para este ano a construção da Estação Sul, na avenida Grécia.

Outro avanço significativo foi a criação, em outubro do ano passado, do Conselho Municipal dos Usuários do Transporte Coletivo. Este conselho é composto por representantes da sociedade civil, da Prefeitura e da empresa concessionária. Em sua última reunião, no dia 4 de janeiro, o conselho aprovou a implantação da segunda etapa do SiTrans como alternativa para garantir o equilíbrio econômico do serviço. Entre as mudanças está a suspensão da cobrança da outorga variável e da taxa de gerenciamento por 12 meses, fato que resultará na manutenção do preço da tarifa em R$ 1,70 até o final do ano, o que representa a mais baixa entre as cidades da região. Agora, a Prefeitura aguarda a aprovação por parte da Câmara Municipal.

Uma das principais mudanças nesta fase será no número de linhas regulares, que devem ser reduzidas das atuais 53 para 36, o que diminui também os gastos operacionais, sem prejuízo para a população. A segunda fase do SiTrans prevê ainda criação de oito linhas radiais (bairro/centro/bairro). As linhas diametrais (bairro/bairro passando pelo centro) serão reduzidas de 44 para 16 e as linhas perimetrais (bairro/bairro sem passar pelo centro) passariam de 4 para 5. Com isso, a Prefeitura pretende não depender mais das linhas especiais, aquelas feitas por ônibus extras nos horários de pico.

Com essas mudanças, a quilometragem mensal, que é de 740.527, cairia para 658.277 km, representando uma economia de aproximadamente R$ 100 mil por mês no gasto com combustível. Segundo Ricardo Meirelles, as novas mudanças criam uma possibilidade de ajuste das linhas de acordo com o crescimento da cidade e um melhor aproveitamento operacional dos veículos, mas para isso, o secretário afirma que deverá haver uma mudança no hábito dos usuários em relação aos horários e itinerários.

“Nossa intenção é fazer essas mudanças durante o Carnaval. Para isso faremos uma campanha maciça de divulgação com a distribuição de panfletos para os usuários em todas as linhas, alertando e orientando-os para a mudança que ocorrerá”, concluiu. Ainda de acordo com Ricardo Meirelles, o grande desafio desta nova etapa do SiTrans será a mobilização para que os usuários do transporte coletivo se habituem com a integração. “Essa nova sistemática de utilização do transporte coletivo demanda uma mudança de hábito dos usuários, e é em cima disso que nós vamos trabalhar a partir de agora, fazer com eles entendam que para ir de um bairro a outro a partir do final do próximo mês será necessário a integração e por conseqüência a utilização do BIS”, ressaltou.

(20/01/06)
 

 
 

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