» CONFRATERNIZAÇÃO EM ESCOLA ENCERRA PROJETO SOBRE DIVERSIDADE ÉTNICA |
Recepção ao visitante angolano. No refeitório, tutu de feijão. Um projeto sobre as culinárias brasileira e angolana desenvolvido com alunos e professores da EMEI “Vicente da Rocha Keppe”, neste segundo semestre, foi encerrado na semana passada com um almoço especial e a visita de um angolano à escola. “O objetivo das atividades é trabalhar a diversidade étnico-racial, a pluralidade cultural existente do Brasil”, explicou a diretora Ilvana Aparecida Cândido da Silva. A valorização da cultura africana é especialmente importante nessa EMEI por conta do grande número de afro-brasileiros na unidade, informou também a diretora. As crianças pesquisaram o país africano, colhendo informações sobre localização geográfica, vestimenta, alimentação e culinária, como cocada, criação das galinhas d’angola e o uso do milho e do feijão. No encerramento, um tutu de feijão ou virado de feijão, comida típica de Angola, e uma recepção especial para o angolano Sebastião Antonio, doutorando em Ecologia e Recursos Naturais na Universidade Federal de São Carlos (UFSCar). “O trabalho é extremamente importante. As crianças aprendem a história do Brasil e a relação do nosso país com o continente africano”, disse Sebastião. Os alunos ainda apresentaram uma dança bem brasileira, o samba, mas que tem sua origem também na cultura africana. A chefe da Seção de Combate ao Racismo da Secretaria de Cidadania e Assistência Social, Keila Cândido, participou da atividade. “Esse tipo de atividade mostra a integração entre as duas secretarias e a importância da educação dentro do contexto político social da questão racial. Tudo começa com a criança. Então mudar valores, mudar conceitos é sempre muito importante principalmente vindo da Educação”, destacou Keila. A Secretaria de Educação e Cultura de São Carlos tem um cuidado especial com essa questão através da assessoria de Educação Étnico-Racial. “Se nós acreditamos que a diversidade cultural é uma característica do nosso povo e nós valorizamos isso, acreditamos que é importante, então temos que cultivá-la desde que o cidadão é pequenino, dentro das escolas”, afirmou a secretária Géria Montanari, que esteve presente na festa de encerramento. Os alunos que participam do projeto Recreação, no horário inverso ao das aulas, fizeram uma roda de capoeira e depois formularam várias perguntas ao visitante de Angola sobre a existência ou não de cidades, de prédios, como vivem e moram. “Na verdade, as perguntas que as crianças fizeram são normais, já que elas sempre são muito curiosas, mas o engraçado é quando os adultos fazem perguntas desse tipo. A partir de iniciativas como essa é que as pessoas podem receber mais informações sobre o continente africano. Descobrem que temos piscina, estradas e prédios”, disse Sebastião. (11/10/05) |