» AULA DRAMATIZADA DE AFRICANIDADES RELATA A CULTURA NEGRA PDF Imprimir E-mail



A apresentação da Cia. Liberdade de Teatro, ligada ao Núcleo de Estudos Afro-Brasileiros da Universidade de Campinas (SP) e ao Núcleo de Estudos de Preconceitos e Intolerâncias (NEPI), prendeu a atenção dos estudantes da EMEB “Artur Natalino Deriggi”. Cerca de 300 alunos assistiram à aula sobre personagens negros e eventos da história do Brasil encabeçados por africanos e seus descendentes, e que não constam dos registros oficiais.

Na aula coletiva, os alunos aprenderam que sarava é palavra em Banto e significa Paz e que Macumba também é Banto e se traduz como Festa. Eles experimentaram tocar os instrumentos, dançaram e cantaram com os integrantes do grupo. A platéia aprendeu porque o cabelo dos negros é carapinho, como é a ação da melanina na cor da pele e que a primeira agente comunitária de saúde do Brasil viveu no Quilombo do Macaco no século XVI e era negra. Outra curiosidade é que a primeira plantação de ervas medicinais no Brasil foi feita por um negro muçulmano.

“Eles não têm as informações. Na verdade tanto os meninos negros quanto os meninos brancos crescem recebendo dados preconceituosos. Eles não têm a noção da grandeza do negro dentro do contexto da história universal. Nem parece que são pré-adolescentes e adolescentes ‘rebeldes’, tão interessados ficam durante a apresentação”, completa Natanael dos Santos, diretor cultural do grupo. O aluno Rodrigo participou da apresentação e gostou do que viu. “Foi legal. Não sabia tocar pandeiro”, disse.

As apresentações são resultado da composição de capoeira, samba de roda, instrumentos musicais e figurinos africanos e afro-brasileiros, além da representação de personalidades como Gangazumba, Dandara, Cipriana e Acaenê. A Cia. Liberdade de Teatro viaja há oito anos pelo país, apresentando aulas-espetáculo que mostram fatos importantes da história dos povos africanos no Brasil. Os textos utilizados pelo grupo, com 13 integrantes, foram retirados de teses de mestrado e doutorado de professores da Unicamp e da Universidade Federal de Santa Catarina.

“Nós iniciamos esse trabalho em 1988 quando implantamos o Núcleo de Estudos Afro-brasileiro na Unicamp com a proposta de transformar textos de teses de mestrado e doutorado em linguagem pedagógica. Apresentamos a contribuição do negro à nossa sociedade”, diz Natanael.

Além das apresentações em escolas municipais, a Cia. Liberdade de Teatro fará hoje, dia 15, uma sessão aberta ao público, às 20h15, no Grêmio Recreativo “Flor de Maio” (rua Padre Teixeira, 1.733). A entrada é franca.

(15/06/05)
 
 

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