» REBANHO DEVE SER VACINADO CONTRA FEBRE AFTOSA ATÉ 31 DE MAIO |
A campanha de vacinação contra a febre aftosa começou no último domingo, dia 1º, e se estende até 31 de maio. Segundo o secretário municipal de Agricultura e Abastecimento, Sérgio Dutra, a participação dos produtores é muito importante para o sucesso da campanha. “Nós pedimos e encorajamos todos os produtores a participar da campanha, que é a forma mais simples de erradicar a doença do Brasil. Basta vacinar duas vezes por ano, em maio e em novembro”, afirma o secretário. A vacina pode ser comprada em agropecuárias e custa R$ 1,02. Atualmente, São Carlos conta com um rebanho bovino de aproximadamente 52 mil cabeças de gado espalhadas em 413 propriedades cadastradas. Em 2004, os pecuaristas da cidade vacinaram 51.728 animais de um rebanho de 51.845, ou seja, 99,77%. O proprietário que deixar de vacinar seu rebanho paga uma multa de 5 UFESPs (Unidade Fiscal do Estado de São Paulo) por cabeça. Caso vacine e deixe de comunicar a Defesa Agropecuária do Estado de São Paulo, que funciona no prédio da Secretaria Municipal de Agricultura, a multa é de 3 UFESPs por cabeça. Cada UFESP vale R$ 13,30. Além de São Paulo, a campanha também é realizada no Acre, Amapá, Rondônia, Amazonas, Pará, Maranhão, Sergipe, Piauí, Tocantins, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Goiás, Minas Gerais, Paraná e Distrito Federal. A medida deve garantir ao país a posição de maior exportador mundial de carne bovina conquistada há dois anos. O Brasil tem o maior rebanho bovino comercial do mundo, com 195 milhões de animais. No ano passado, exportou 1,156 milhão de toneladas de carne bovina, equivalentes a US$ 3,457 bilhões. Febre aftosa A febre aftosa é uma doença aguda e altamente contagiosa que afeta os animais de cascos fendidos. Ela não ataca somente o gado. Porcos, carneiros, cabras, búfalos e até alguns bichos do mato como o veado e a capivara sofrem com esse mal. Raramente afeta pessoas, apenas as que têm contato com animais doentes ou com vírus em laboratório de pesquisa. Se apenas um animal do rebanho for atacado, a febre pode passar rapidamente para os demais. A aftosa maltrata muito o animal, forma feridas na boca, nos pés e nas mamas. Também pode fazer com que as fêmeas prenhas percam a cria e até mata bezerros com poucos meses de vida. Além dos danos aos animais, a doença também representa muitos prejuízos ao criador. O animal perde peso e diminui a produção de leite. Transmissão O principal veículo de transmissão é o próprio ar, através de aerossóis emitidos pelos animais doentes, podendo chegar até 50 km de alcance. A maior fonte de disseminação é o contato com animais infectados ou através de roupas e veículos automotores, entre outros objetos que estiveram em contato com os animais contaminados. Evolução da doença A doença é causada por um vírus, que no Brasil se apresenta de três formas - O, A e C -, com mais de 60 subtipos diferentes. Inicialmente o vírus se instala nas células da mucosa e faringe, onde se multiplica. A partir daí cai na circulação e se dissemina por todo organismo. Após 24 ou 48 horas, o animal apresenta febre, vesículas na língua, na cavidade bucal, nos espaços interdigitais e, às vezes, nas tetas e úberes. Após 48 horas do surgimento destes sintomas, estas vesículas se rompem facilitando a instalação de bactérias, dificultando a cicatrização. Sintomas O animal baba excessivamente, apresenta febre alta, falta de apetite, pêlos arrepiados, emagrece severamente e não consegue se locomover. As fêmeas em gestação podem abortar o feto, os animais jovens podem morrer e as vacas em lactação têm a produção leiteira bastante diminuída. Conseqüências Os animais que sofreram de febre aftosa podem desenvolver lesões secundárias crônicas oral, nasal e podal (nas patas). A deformação dos cascos pode resultar num comprometimento permanente da capacidade de locomoção do animal, prejudicando seu bem-estar. O envolvimento da glândula mamária pode resultar em mastite e permanentes danos na produção de leite. O ganho de peso de animais com seqüelas será menor quando comparados com animais sadios. (04/05/05) |