Baseada nos mesmos conceitos para medir a umidade do ar, a empresa Sencer, de São Carlos, prepara o lançamento de um sistema de sensor para medir a umidade da terra, um produto pioneiro que deve chegar até o final do ano no mercado nacional. Os sensores cerâmicos nanoestruturados foram desenvolvidos a partir de pesquisas acadêmicas e prometem contribuir para a redução no volume de água e de energia elétrica em relação à irrigação sem controle algum.

Sonia Maria Zanetti, diretora executiva da empresa e doutora em Química, trocou a carreira acadêmica e se lançou nessa nova empreitada quando descobriu as possibilidades desses sensores. “Já realizamos os testes em laboratório e agora vamos testar no campo em culturas de batata, laranja, entre outras”, explica.

A empreendedora esclarece que são necessários quatro sistemas de sensores para cada hectare de terra, mas o número pode variar de acordo com o solo. “Quanto mais homogêneo o solo, menor o número de sensores necessários”, afirma. Os sensores são acoplados a um medidor, que será utilizado periodicamente pelo agricultor para determinar a umidade do solo. A partir desses dados, o produtor rural pode definir o volume de água realmente necessário para irrigar a plantação. É o que se chama de irrigação inteligente.

“No futuro, pretendemos desenvolver um sistema de leitura com rádio-freqüência”, diz Sônia. A empresa também pretende desenvolver sensores para silos, monitorando a umidade do local. “Estima-se que cerca de 10% da produção de grãos seja perdida nos silos devido a condições de umidade inadequada”, aponta a pesquisadora.

A Sencer é uma empresa que está instalada na Incubadora de Empresas de São Carlos, também conhecida como Centro de Desenvolvimento das Indústrias Nascentes (CEDIN). A unidade é gerenciada pelo Instituto Inova e conta com parceria da Prefeitura de São Carlos e do Sebrae-SP.

(08/09/2010)