Na segunda, dia 24, o Conselho Municipal de Patrimônio Histórico, Artístico e Ambiental de São Carlos (COMDEPHAASC) esteve reunido no auditório Octavio Damiano, na Estação Cultura, para a 5ª reunião ordinária, quando se discutiu ações para o setor. O principal desafio do Conselho nessa fase de implantação, segundo a diretora presidente da Fundação Pró-Memória, Ana Lúcia Cerávolo, é a revisão dos imóveis declarados de interesse histórico e cultural.

“Os membros do COMDEPHAASC definiram como meta principal a ampliação dos imóveis que têm direito ao desconto de IPTU. Assim, encaminharemos ainda no primeiro semestre de 2009 uma proposta alterando o anexo XIX, que consta da Planta Genérica, para ser analisada pela Prefeitura Municipal”, afirmou.

O Conselho é composto por três representantes da Prefeitura, dois da Fundação Pró-Memória, um da Câmara Municipal, dois das universidades públicas locais, um das escolas públicas, dois engenheiros e arquitetos (Conselho Regional de Engenharia, Arquitetura e Agronomia de São Paulo), um de entidades ambientais, um do setor empresarial, dois de entidades culturais, um das universidades privadas, um de entidades ligadas ao turismo e um das escolas particulares.

Na pauta dessa reunião estavam os seguintes assuntos: a apresentação dos textos que comporão as placas de identificação de imóveis históricos e culturais de São Carlos; a análise dos laudos técnicos e deliberação sobre a ação de demolição de imóveis; apresentação do modelo de cartilha de preservação de imóveis históricos; a proposta da realização de uma palestra sobre política para gestão de acervos históricos; a apresentação da Comissão de Avaliação do IPTU para 2009, que analisa os imóveis de interesse históricos para concessão de desconto, e da Comissão para Reavaliação da Listagem de Bens Imóveis Históricos.

Estiveram presentes à reunião os conselheiros Ana Lúcia Cerávolo (Fundação Pró-Memória), Mariana Lucchino (Fundação Pró-Memória), Thalita Asperti Travençolo (Secretaria Municipal de Habitação e Desenvolvimento Urbano), Francisco de Sá Neto (Associação Pró Casa do Pinhal), Maria Ângela Bortolucci (USP), Nádia Lúcia Pallone (SMEC/Museu), Luiza Sigoli (UFSCar) e José Francisco (UFSCar).

Os conselheiros do COMDEPHAASC estão otimistas com o início dos trabalhos do Conselho. A professora de arquitetura da USP, Maria Ângela Bortolucci, diz que “sabemos o quanto é importante que os nossos municípios se organizem para atuar conjuntamente com os serviços de defesa do patrimônio, tanto nacional quanto os estaduais. Acredito que somente a partir da organização de um serviço de âmbito local é que poderá haver de fato uma boa política de preservação do centro histórico de São Carlos e dos valiosos conjuntos rurais que ainda restam no município”.

Já o arquiteto e urbanista Reginaldo Peronti entende que o trabalho desenvolvido pelo COMDEPHAASC terá um impacto importante para a população, assim como na atuação profissional dos arquitetos. “Nós somos formados e preparados para compreender os diversos estilos arquitetônicos e o valor histórico dos edifícios, prédios antigos, tombados, ou que tenham valor cultural. Quando existe sintonia entre o cliente e o profissional, quem ganha é a cidade. E para nós é um ganho porque era um mercado que estava parado”.