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Recuperação revitaliza área central da cidade.

Casarão abandonado que pertenceu à família do
prefeito Antônio Militão de Lima. Prédio recuperado na avenida São Carlos.Recuperação de parte da
casa na rua Major José
Inácio.PREFEITURA ESTIMULA A RECUPERAÇÃO DE IMÓVEIS DE VALOR HISTÓRICO

Ao percorrer a área central de São Carlos pode-se verificar a existência de um processo de recuperação de vários imóveis, particulares e públicos. Casas reformadas e recém-pintadas podem ser vistas em diversas ruas, como Sete de Setembro, Padre Teixeira, Dona Alexandrina, Major José Inácio, Geminiano Costa e avenida São Carlos. As fachadas enriquecidas pelo contraste de cores em paredes, janelas e ornamentos, assim como pela valorização de alpendres e balcões, embelezam a paisagem urbana, tornando mais agradável a vista aos passantes. Para a diretora presidente da Fundação Pró-Memória, da Prefeitura, Ana Lúcia Cerávolo, as obras de recuperação e pintura colocam esses imóveis em evidência no panorama urbano, valorizando a arquitetura histórica, sobretudo eclética, que surgiu na cidade em razão da riqueza proporcionada pelo auge do ciclo do café.

Já o secretário municipal de Habitação e Desenvolvimento Urbano, Ricardo Martucci, afirma que a revitalização do centro estimula a ocupação de terrenos vagos, evitando ao mesmo tempo a expansão aleatória da área urbana existente. “Com os estudos que estão sendo elaborados para a requalificação do centro histórico comercial, que abrange um passeio urbano entre a Praça Pedro de Toledo-Piscina Municipal, que se transformará brevemente no Paço das Artes, até a Estação Cultura-Estação Ferroviária, estaremos dando um grande passo para transformarmos esta região da cidade em um ponto turístico importante, pois propiciará às pessoas um espaço urbano harmônico e agradável de se caminhar a pé. Com isso teremos uma revitalização do comércio, com qualidade semelhante à dos shoppings centers, só que a céu aberto”, disse.

Atuação da Prefeitura
Ana Lúcia lembra que a revitalização da área central tem sido fortemente estimulada pela atual administração, que tem agido com energia para reverter a tendência de decadência da região, problema que vinha ocorrendo há anos. Algumas das mais recentes medidas adotadas nesse sentido foram a aquisição do prédio na rua Episcopal para instalar o Paço Municipal – cujo projeto de reforma foi apresentando nesta semana pelo prefeito Newton Lima – a decisão de adequar o edifício sede da antiga Piscina Municipal para abrigar o Paço das Artes e a declaração de utilidade pública do prédio do antigo Banco Comind, localizado na avenida São Carlos, para uma nova e ampla biblioteca municipal.

Entre as várias intervenções do poder público desde 2001, são relevantes a relocação dos ambulantes que se concentravam em frente ao Mercado Municipal, criando condições à remodelação da praça do Comércio, a recuperação e manutenção de praças e jardins, a sinalização horizontal de trânsito, a implantação de peças do chamado mobiliário urbano – como as lixeiras e os abrigos de pontos de ônibus – e até a Operação Cidade Limpa, que ao lado dos benefícios à proteção da saúde pública, combatendo a dengue, deu à cidade inteira nova aparência, trazendo satisfação a todos que vivem aqui, pois basta olhar em volta para notar a melhoria na qualidade de vida.

A Estação Cultura – prédio da estação ferroviária –, onde está instalada a Fundação Pró-Memória, recebeu importantes obras de manutenção. O Sistema Integrado do Município (SIM) foi recentemente instalado num prédio da década de 1930, na esquina das ruas Dona Alexandrina e Major José Inácio. Além disso, foi implantado um programa de benefícios fiscais como estímulo para a conservação e manutenção de prédios históricos, concedendo aos proprietários redução e mesmo isenção do Imposto Predial e Territorial Urbano.

Patrimônio
Outras instituições têm contribuído bastante para consolidar uma nova imagem do centro. Alguns exemplos são o Centro de Divulgação Científica e Cultural (CDCC), igrejas, a Associação Comercial e Industrial de São Carlos (Acisc) e o Palacete Bento Carlos. O CDCC, da Universidade de São Paulo, situado na rua Nove de Julho, funciona no edifício histórico que sediou a Sociedade Dante Alighieri no início do século 20 e vem recebendo manutenção primorosa, ao lado de iluminação adequada. Com isso o prédio se destaca, dia e noite, na paisagem urbana, despertando a admiração dos transeuntes. A igreja de São Sebastião fez reformas recentemente. E o movimento para a recuperação da Catedral, com ampla participação da comunidade são-carlense, está promovendo várias obras de recuperação que compreendem pintura da cúpula e paredes externas.

A Acisc, instalada no centro antigo da cidade, está empenhada na restauração de um belíssimo prédio, ao lado de sua sede atual, que será o “Palácio do Comércio”. Na rua 13 de Maio, o Palacete Bento Carlos restaurado aparece como um importante marco visual que recorda a imponência dos maiores casarões do passado.

Já outros imóveis, de importância histórica e arquitetônica, encontram-se abandonados. Um deles é o casarão situado na esquina das ruas Episcopal e Sete de Setembro, que pertenceu à família de Antônio Militão de Lima, prefeito são-carlense em 1932. Para o arquiteto Fernando Góes, da Fundação Pró-Memória, essa casa “pode ter restituídas todas as suas características originais, cuja tipologia foi influenciada pelo neoclassicismo, com a sobriedade própria do estilo, representada por poucos mas marcantes ornamentos, como os tímpanos triangulares sobre as janelas centrais da fachada, as cimalhas e cunhais”. Há outros imóveis nessas mesmas condições. Entre eles, o casarão centenário na esquina das ruas Episcopal e Jesuíno de Arruda e uma pequena casa das primeiras décadas do século 20 na esquina das ruas Riachuelo e Padre Teixeira.

(22/09/06)
 
 

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